Da base aos bastidores… Cinco motivos que levaram o São Paulo à turbulência no Paulistão

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Mesmo classificado, Tricolor convive com pressão de cinco jogos sem vencer no estadual; trabalho de Luis Zubeldía começa a sofrer questionamentos, mas conta com confiança interna

O São Paulo vive momento conturbado logo no início de 2025. Ainda em fevereiro, o trabalho do técnico Luis Zubeldía é colocado em xeque nas redes sociais, a diretoria é questionada sobre mudanças e os jogadores se reúnem para buscar soluções. Mas o que faz o Tricolor terminar o segundo mês do ano assim, em turbulência?

Classificado para o mata-mata do Campeonato Paulista, o São Paulo não vence desde o dia 5 de fevereiro, quando fez 4 a 1 no Mirassol, no Morumbis. Desde então, perdeu duas vezes e empatou outras três. Viu a confiança em bons resultados dar lugar à incerteza sobre o esquema tático, o saldo da utilização de garotos no Paulistão e o futuro de Zubeldía.

Os últimos tropeços fizeram o São Paulo chegar à última rodada da fase de grupos da competição ainda precisando confirmar a liderança do Grupo C. O Tricolor tem 16 pontos e enfrenta o São Bernardo, enquanto o Novorizontino tem 15 e vai encarar o Botafogo-SP. Os dois jogos serão disputados no domingo, às 18h30.

Tropeços

Com a vaga para o mata-mata encaminhada, o São Paulo parou de vencer. A falta de resultados é o principal pilar da crise tricolor neste início de ano. Depois do 4 a 1 sobre o Mirassol, a equipe comandada pelo técnico Luis Zubeldía acumulou tropeços contra times mais frágeis, como Inter de Limeira e Velo Clube.

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Mais do que isso, viu o desempenho cair. A empolgação da vitória no clássico contra o Corinthians e do bom início de Paulistão deu lugar à incerteza em relação ao trabalho da atual comissão técnica. O São Paulo, enquanto isso, viu o Novorizontino se aproximar na tabela de classificação.

A base

Um dos principais questionamentos da torcida do São Paulo em relação ao trabalho do técnico Luis Zubeldía está nas oportunidades que ele dá para garotos revelados nas categorias de base. As recentes saídas de Moreira e William Gomes, sem espaço no Tricolor, para o Porto, de Portugal, aumentaram as críticas.

No Campeonato Paulista, poucos garotos puderam jogar. Ryan Francisco, por exemplo, teve apenas 123 minutos em quatro partidas. O meia Matheus Alves, outro recém-campeão da Copa São Paulo, jogou só 95 minutos. Lucas Ferreira, outra promessa de Cotia, teve só 74 minutos. Henrique Carmo, então, apenas 69.

A maioria dos garotos utilizados por Zubeldía teve oportunidade quando o São Paulo entrou em campo com reservas ou saindo do banco. Mesmo nas últimas cinco partidas sem vencer, os titulares foram utilizados em quatro delas.

Defesa

Nas últimas rodadas, o sistema defensivo do São Paulo virou uma dor de cabeça para Zubeldía. Na derrota por 2 a 1 para a Ponte Preta, no Morumbis, os dois gols adversários saíram em lances de erros coletivos dos defensores do Tricolor.

Duas rodadas antes, o Velo Clube, um dos piores times do Campeonato Paulista, já havia feito três gols no São Paulo e conquistado o empate em 3 a 3, em Brasília. O sistema defensivo tricolor, nos últimos jogos, portanto, passou a ser muito questionado externamente. Zubeldía falou sobre isso, inclusive.

– Mas não tenho dúvidas de que vamos defender melhor, vamos encontrar o equilíbrio. Jogar a cada dois, três dias, não te permite poder trabalhar e atender essa questão, com uma ou duas sessões para praticar coisas que temos de melhorar.

– Estamos no meio do campeonato. É difícil corrigir isso agora. Tem de ir competindo com acertos, erros, trocando. É o que passa a maioria dos times que estamos enfrentando, sobretudo no Paulista, que é mais duro – disse Zubeldía.

Quarteto pouco efetivo

Com muita expectativa interna e externa, o quarteto formado por Lucas, Calleri, Luciano e Oscar não tem sido tão decisivo quanto no início do Campeonato Paulista. Nos últimos cinco jogos, apenas Luciano, duas vezes, e Calleri, uma só, marcaram gols.

Para piorar, o quarteto foi utilizado junto, como titular, em três das cinco partidas e, agora, está mais desgastado. Contra o Palmeiras, Lucas e Oscar entraram no segundo tempo. Diante do Red Bull Bragantino, o camisa 8 e Luciano também entraram na etapa final.

Bastidores

A sequência de resultados ruins, naturalmente, esquentou os bastidores do Morumbis. Enquanto muitos torcedores acreditam que demitir o técnico Luis Zubeldía seja a solução para um futuro melhor, o São Paulo confia que o treinador vai dar a volta por cima, mas precisa lidar com boatos que chegam ao argentino.

O presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte têm se afastado das redes sociais em meio à crise do time no Campeonato Paulista. Internamente, a sensação é de que Zubeldía ainda pode se recuperar da má fase mostrando a qualidade que já mostrou em outros momentos, como no início do trabalho, na corrida por uma vaga na Libertadores e no início do atual Paulistão.

Fonte: Globo Esporte