Treinador celebrou contra-ataque “fatal” que gerou que deu vitória sobre o Novorizontino, nesta segunda-feira, e poupou palavras sobre o gramado da semifinal
Luís Zubeldía saiu satisfeito do estádio do Morumbis na noite desta segunda-feira. Fora a classificação à semifinal do Paulistão, obtida com a vitória por 1 a 0 sobre o Novorizontino, o treinador do São Paulo festejou a maneira como saiu o resultado positivo que fez o time avançar para disputar com o Palmeiras um lugar na final.
Diante de um Novorizontino recuado e bem armado defensivamente, o Tricolor dependeu de um contra-ataque armado por Oscar e Lucas para sair com a vitória. Calleri, sem goleiro, aproveitou passe do camisa 7 para balançar as redes no segundo tempo e definir o resultado.
– Me encanta (gol de contra-ataque). Para mim, a melhor notícia é que fizemos um gol de contra-ataque, porque todos os times se fecham bem. O time com o Lucas centralizado, ao menos nesse momento, me permite ter um bom contra-ataque. Depois, a outra maneira é um gol de bola parada… Contra o São Bernardo, demos 22 passes para fazer um gol – comemorou o treinador.

– Acho que um time para terminar de ser uma equipe importante precisa manejar bem o contra-ataque, não só dar muitos toques para fazer o gol. É uma boa notícia. Estamos fazendo gols de bola parada, gols de muito boas jogadas, e agora fizemos um gol de contra-ataque – destacou.
Ainda durante a entrevista, Zubeldía projetou rapidamente a semifinal contra o Palmeiras, marcada para o próximo fim de semana, mas ainda sem data ou local definido.
A única definição sobre o próximo embate é o gramado sintético, usado tanto no Allianz Parque, que tem show no sábado, quanto na Arena Barueri, alternativa de estádio para a semifinal. O treinador, porém, evitou comentários diante do assunto.
– Agora, creio que do gramado ninguém fala mais. Temos de pensar em como nós vamos trabalhar o jogo para vencer essa semifinal – resumiu.
– É um clássico e ambos estão na semifinal. As quatro equipes (São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos) fizeram o que tinham de fazer, que era estar nessa fase. Com certeza é um jogo que tem ingredientes que você está falando, mas vamos falando na semana sobre questões do clássico – complementou.
Confira mais respostas de Zubeldía durante a entrevista:
Atuação do time
– Ganhamos de um rival muito duro. Temos de valorizar o triunfo, porque foi duríssimo, eles vêm fazendo um trabalho muito sério, muito consistente. Felicito não só os jogadores, mas também os torcedores, que jogaram o jogo conosco, empurraram quando tinham de empurrar, quando tinham a sensação de que podíamos fazer o gol. Isso é sempre bom pra todos nós.
– Depois, fizemos o que tínhamos de fazer. Assim como disse que tínhamos de classificar em primeiro, hoje tínhamos de passar. Queríamos estar nas instâncias finais, agora temos de dar um passo a mais, buscar o triunfo e para ter a vitória temos de fazer um grande trabalho. quando e onde jogamos, mas temos de pensar mais na gente.
Mais sobre a atuação
– Os três pilares, que mencionei há um tempo, voltou a se repetir. Preparação, buscar questões táticas, que sabíamos que em algum momento poderíamos usar isso (3-5-2). Depois do jogo contra o Juventude, eu falei um pouco sobre isso, porque nessa partida terminamos com 3-5-2. E o quarteto de ataque é uma variante de alguma outra situação.
– Agora que o Ferreira também está recuperado, está bem, é um jogador que pode nos dar amplitude, desequilíbrio. São variantes que vamos necessitar durante a temporada. Os três pilares são: preparação, buscar alternativas e competir para ganhar. Se tem as três no mesmo contexto, às vezes acertamos, outras temos de ajustar… Mas não podemos abrir mão dos três pilares que confiamos há bastante tempo.
Opção na lateral-esquerda
– Quando recebemos novos jogadores, que não são muitos, eu recebo com uma preparação muito diferente. Fazia muito tempo que o Wendell estava sem jogar. Necessita de um período de adaptação. Aqui tem um clima muito quente nos treinamentos às 9h30, às 10 da manhã. Isso obriga que tenha um período de adaptação. Futebolístico, à cidade, ao clima, de maneira geral.
– Tanto Enzo quanto ele são dois bons laterais, por isso estão aqui. Assim como no caso deles, no caso de outros jogadores temos de pensar numa preparação individual e depois pensar na preparação da equipe. Daqui a pouco vamos jogar a cada três dias. Não precisaremos só de variações táticas, mas bom desempenho na hora de trocar jogadores.
Estratégia de jogo
– Tivemos três ou quatro situações que por pouco não conectamos. O que aconteceu no gol eram dois atacantes atacando frontalmente. Gera isso. Sai um bom passe de trás, quando tem dois atacantes centralizados… Primeiro tempo falamos que se ajustássemos esse passe, pegaríamos eles abertos. Outra coisa que falamos é que se eles seguissem encaixando (a saída de bola) não poderíamos desordenar. São equipes que aproveitam o contra-ataque.
– Teríamos de ter organizados lá atrás para desequilibrar na frente. No banco tinha Luciano, Ferreira, Igor, Wendell, Erick… São jogadores que já podemos pensar para desarmar uma estrutura defensiva. Se não saísse o gol, poderíamos buscar esse desequilíbrio. O que acontece é que as partidas são duras. Esse mesmo jogo do ano passado também foi muito duro. Com um pouco mais de situações, mas não garantiu que chegasse à semi.
Formas de criar jogadas e time sem Pablo Maia
– Tivemos muito organizados. Nunca parados. Temos de buscar gente que também pense em controlar o ataque rival (como o Pablo Maia). Essa parte para mim fizemos muito bem. Defendemos de maneira bastante organizada, juntos. E, por último, não perdemos a paciência para criar o gol. Podemos conectar por uma conexão de Oscar para qualquer atacante, algum cruzamento, alguma bola parada, algum arremate de média distante.
– Esse último ponto ainda não tivemos, mas de resto tivemos de todas as maneiras. E tivemos uma estrutura que nos permite uma solidez defensiva. Sem o Pablo Maia, precisamos encontrar uma solidez tática. Para mim o problema em diversos jogos é que não corremos bem em campo e por isso não conseguimos buscar o resultado.
Alisson como primeiro volante
– Tanto o Alisson como o Marco (Antônio), o Oscar, com certeza o Alisson está mudando sua característica, trabalhando muito na recuperação. São jogadores mais ofensivos do que defensivos. Em algum lugar do campo temos de compensar. Se não, teremos cinco jogadores que pensam ofensivamente. E teremos que compensar com alguma estrutura para trás. O que o Alisson fez hoje foi muito bem, porque teve que pensar mais de maneira defensiva do que o normal. E isso conta a favor dele.
Preocupa a falta de efetividade nos cruzamentos?
– Não, porque hoje era um jogo muito difícil neste aspecto. Hoje nos travaram nos lados. O que podíamos mudar era colocar jogadores de duelo individual pelos lados ou fazer um 2×1 pelos lados. Preferimos bloquear os lados e atacar pelo meio. Se não tivéssemos feito o gol, aí mudaria para mudar o funcionamento do time.
Fonte: Globo Esporte