Atacante de 18 anos, que fez o primeiro gol como profissional na vitória tricolor contra o Libertad, na Libertadores, releva conversa com o treinador: “Ele disse que eu entraria e faria um gol”
Os reservas do São Paulo aqueciam no gramado do estádio La Huerta quando Lucas Ferreira foi chamado para ouvir as orientações da comissão técnica ao time para o segundo tempo do jogo contra o Libertad. O garoto de apenas 18 anos entraria no lugar de Cédric, na ponta direita do ataque tricolor, com uma missão: colocar em prática o que ouvira do técnico Luis Zubeldía durante a semana.
Entre um treinamento e outro de preparação para o jogo da última quarta-feira no Paraguai, pela terceira rodada da fase de grupos da Conmebol Libertadores, o treinador avisou a Lucas Ferreira que iria utilizá-lo no segundo tempo e profetizou que ele faria um gol. E tudo virou realidade.
Foi com Lucas Ferreira que o Tricolor abriu o placar no segundo tempo da partida contra o Libertad. O primeiro gol do jovem são-paulino como profissional, numa noite que dificilmente será esquecida.
– Ele disse que eu entraria e faria um gol. Vim com isso na cabeça. Querendo ou não, isso passa confiança para o jogador. Na hora que comemorei, lembrei dessa conversa que tivemos e passou tudo isso pela cabeça. Quero agradecê-lo por ter confiado em mim – disse Lucas Ferreira depois da partida.

Recém-promovido ao elenco profissional, Lucas Ferreira havia sido campeão da Copa do Brasil Sub-20 e da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Experiente na base, o garoto ainda está longe de ser uma referência entre os mais velhos. Por isso, é aconselhado por quem já está há mais tempo no CT da Barra Funda.
– É o que a gente sempre conversa com eles… Que eles continuem tendo muita humildade e que mantenham os pés no chão. Qualidade eles têm de sobra. Isso não é preciso nem dizer. Tudo que já conquistaram na base e aquilo que estão construindo no profissional, a forma com que a comissão técnica lida com eles também é bem legal e importante.
– Então, que sigam trabalhando muito e que sigam ouvindo os mais experientes.. Uns cobram de um jeito mais firme, outros falam de maneira mais tranquila… Mas são garotos que escutam, por isso colhem os frutos disso – disse Alisson, um dos líderes do elenco.
Quem também, no dia a dia, tenta controlar a empolgação externa e até interna sobre o potencial dos garotos recém-promovidos é Luis Zubeldía. O treinador acredita que o principal desafio é diminuir a ansiedade natural dos jovens.
– Tratar para saber de onde estão, ter paciência. Vocês sabem que as redes sociais fazem um trabalho importante e às vezes nocivo para os esportivas. Para todos. Mas tem de regular um pouco a ansiedade. Chega no time principal, já querem jogar, querem ser importantes. Tem de acalmar um pouco os jovens. Trabalhar, mostrar evolução, com humildade, e depois jogar para o grupo.
Ansiedade à parte, Lucas Ferreira tem se tornado uma esperança de dias melhores para o desfalcado São Paulo, que não perdeu Calleri por um longo período e não tem contado com Lucas e Oscar. Ao lado de outros garotos, como Matheus Alves e Ryan Francisco, o ponta saiu de Cotia para tentar ajudar o Tricolor a brilhar na temporada.
Fonte: Globo Esporte