Errar faz parte. Após o empate por 2 a 2 com o Alianza Lima, no Morumbis, Luis Zubeldía assumiu que foi um erro trocar Ferreira, que precisava sair por correr risco de lesão muscular, por Wendell. O lateral-esquerdo, que entrou na partida como ponta, foi mal e a bagunça criada pelo setor, agravada pela necessidade de Arboleda ter saído antes por lesão, ajudou com que o clube peruano encontrasse o caminho para o empate.

Sim, as coisas já não estavam bem e outro erro do Zubeldía foi não ter mexido antes, mas neste texto vou destacar a alteração que gerou discórdia, irritação e injustos gritos de burro por parte de uma torcida que está desconectada com o time.
Vamos prestar atenção no que o treinador argentino disse na entrevista: ele precisou colocar Wendell porque não havia mais opção por ali. André Silva era uma alternativa, mas modificaria a estrutura ofensiva do time. Não existem outros pontas no elenco, porque Erick também saiu e Lucas Ferreira já estava em campo. E outras opções que muito ajudaram naquele setor no ano passado, ainda que não sejam pontas, como Michel Araújo e Nestor, não estão mais no elenco.
Assim como William Gomes. A última grande promessa do tricolor, este que poderia jogar como ponta, do lado esquerdo, foi vendido a preço de banana em uma transação que tinha como objetivo, além de dar um respiro nos cofres tricolores, apressar a liberação de Wendell pelo Porto.
O erro de Zubeldía, portanto, tem a ver com a montagem do elenco da diretoria. Se não tivessem liberado o William Gomes para trazer o Wendell, a substituição poderia ser outra.
Claro que aqui é um exercício de se’s e talvez. Mas o efeito borboleta não pode ser ignorado. O grande ponto desta temporada, a meu ver, tem relação com o plantel enfraquecido com relação ao ano passado, ainda que os onze titulares, quando disponíveis, sejam melhores.
Pontos positivos
O empate não foi um bom resultado, mas o que vimos no campo ontem, especialmente no primeiro tempo, indica que o trabalho está evoluindo. Muitas jogadas ensaiadas, especialmente em bolas paradas, e acertos nos posicionamentos. Ainda há muito o que melhorar, especialmente com relação às finalizações – por que catso ninguém tenta chutar? sempre tem aquele toque a mais!! – mas o trabalho deixou a estagnação.
Excelente partida de Marcos Antônio. Ele e Alisson se encontraram. E Calleri precisa tirar a zica.
André Barros é jornalista e são-paulino, não necessariamente nesta ordem