Lateral do São Paulo se comove ao ver pais incentivando filhas no futebol: “Era comum só com mães”

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Bia Menezes, de 27 anos, trocou o Santos pelo Tricolor em janeiro por causa da mãe e foi vice-campeã brasileira: “Ela era fanática pelo Rogério Ceni”

Lateral-esquerda do São Paulo, Bia Menezes volta ao tempo de criança quando recebe em suas redes sociais mensagens de pais pedindo dicas ou orientações para ajudarem na iniciação de suas filhas no futebol feminino.

Aos 27 anos, a jogadora que começou no futebol no São Bernardo e tem passagens por Centro Olímpico, Audax, Rio Preto, Flamengo e Santos lembra que apenas a mãe foi sua incentivadora.

– Ver pais e mães me buscando para tentar realizar o sonho das filhas é gratificante. Antes não se via pais fazendo isso, era comum apenas entre mães. Comigo foi assim. Minha mãe que sempre correu atrás, já meu pai não, existia o preconceito. Acho que a gente tem quebrado tabus. O futebol é um ambiente completamente machista, que em alguns momentos te machuca. Às vezes a gente ouve uns xingamentos que machucam. Quantas meninas não pararam por causa disso? – questiona.

Mãe de Bia, Bernardina Ferreira faleceu em 2021, em decorrência de um câncer cerebral. A perda abalou a jogadora, mas também a motivou a fazer um movimento marcante no futebol.

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Em janeiro deste ano, trocou o Santos pelo São Paulo para cumprir um objetivo pessoal da mãe.

– Foi uma decisão difícil sair do Santos, mas me baseei numa questão emocional: jogar no time do coração dela. Sempre foi o sonho da minha mãe que eu jogasse pelo São Paulo. Ela era muito são-paulina, fanática pelo Rogério Ceni. Ela dizia: “Meu goleiro é artilheiro”. Ela se achava por isso (risos).

– Ela foi o maior pilar da minha carreira, abdicou de coisas que eram para ela para que eu pudesse jogar. Ela ia para o trabalho a pé para eu ter o dinheiro da passagem, ela parcelou uma chuteira de R$ 150 em 12 vezes para eu puder treinar… Ela sempre acreditou que seria possível.

Nascida no ABC paulista, Bia sempre apostou no futebol. Nascida em 1997, encantou-se com a modalidade em 2003, na conquista da medalha de ouro pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana. Marta, com 17 anos, ainda nem era uma Rainha…

– O futebol feminino se tornou um sonho pra mim quando vi o Pan, quando vi a Marta jogar. Eu falava para a minha mãe que ela ia me ver ali. Marta sempre foi minha referência. Eu a conheci por meio de algumas amigas em comum, foi bem emocionante. Era como se não fosse real.

Em fevereiro deste ano, Bia disputou sua primeira competição pela seleção brasileira principal, na disputa da Copa Ouro. Já em setembro, foi vice-campeã do Campeonato Brasileiro, com duas derrotas do São Paulo na decisão contra o Corinthians. Agora, a equipe se prepara para um novo encontro com as rivais, pela semifinal do Campeonato Paulista, com primeiro jogo em 3 de novembro.

– Estamos numa preparação para essas semifinais, com semanas de treino muito intensas. Vamos trabalhar para tentar vencê-las desta vez. Não fomos felizes nas nossas tomadas de decisão nas finais e no futebol um vacilo pode ser decisivo. Esperamos arrumar o que erramos e espero que a gente possa novamente jogar no Morumbis. Deu um gás a mais jogar lá na presença da nossa torcida.

Ainda sem locais definidos, São Paulo e Corinthians duelam nas semifinais do Paulistão no dia 3 de novembro, às 10h, e no dia 9, às 15h30. A outra semifinal será entre Palmeiras e Ferroviária.

Fonte: Globo Esporte