Heróis não morrem

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Não há morte mais importante que outra. Tampouco há palavra de conforto que agora amenize a dor de quem sofre a perda repentina numa tragédia tão grande quanto inesperada. A história do São Paulo FC, porém, se entrelaça com a de três das vítimas do acidente aéreo na Colômbia que resultou na morte de 71 pessoas entre a delegação da Associação Chapecoense de Futebol, profissionais de imprensa e tripulação. E cabe, aqui neste espaço, a devida lembrança da instituição a tais figuras.

  • CARAMELO

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Nascido Mateus Lucena dos Santos e eternizado Caramelo, o lateral direito chegou ao São Paulo em 2013 depois de um bom Campeonato Paulista pelo Mogi Mirim. Num ano difícil para o São Paulo FC, destacou-se em uma atuação emblemática no Morumbi, logo em sua segunda exibição com a camisa são-paulina: São Paulo 1 x 0 Ponte Preta, na partida que marcou o retorno de Muricy Ramalho ao comando técnico do time e que seria lembrada como o início da reviravolta positiva na campanha até então ruim no Brasileirão.

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Neste ano, em 2016, Caramelo arrancou junto com o São Paulo naquele que seria um bom primeiro semestre para o clube. Reintegrado após a chegada do técnico Edgardo Bauza, jogou como titular na goleada por 4 a 0 sobre o Água Santa, pela segunda rodada do Paulistão. Foram duas assistências do lateral – uma para Jonathan Calleri, outra para Thiago Mendes – que compuseram uma atuação de gala. Ele ainda se mostraria uma importante peça do elenco na temporada, na lateral ou no meio de campo.

Caramelo se vai aos 22 anos, como atleta do São Paulo FC, emprestado à Chapecoense desde agosto. No Morumbi deixa amigos, companheiros dentro e fora de campo, e a certeza do guerreiro que foi e sempre será.

  • MÁRIO SÉRGIO

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Muito antes de se tornar comentarista do canal FOX Sports, Mário Sérgio Pontes de Paiva chegou ao São Paulo como contratação de peso, já consagrado pela história escrita no Internacional e em outros clubes. Craque que o São Paulo foi buscar para substituir Zé Sérgio, que havia se machucado, para garantir o bicampeonato estadual de 81.

Obteve merecido reconhecimento após 62 atuações pelo clube e oito gols marcados. A magia da perna esquerda que fazia o mais difícil parecer fácil se eternizou entre a torcida são-paulina também pela marca registrada: olhava para um lado, passava para o outro. Voltou ao São Paulo em 1998, dessa vez como técnico, quando comandou o time em dez partidas.

História vencedora que edificou um homem sábio, que ensinou futebol nos campos e na mídia, com competência e franqueza que lhe permitiram – sem qualquer ressalva – a polêmica de alguns momentos. História que se encerra aqui aos 66 anos, mas que jamais será esquecida.

  • CLÉBER SANTANA

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O capitão que ergueria a taça da Copa Sul-Americana de 2016 é o meio-campista pronto para qualquer função, que aceitou deixar a Europa para voltar ao Brasil em 2010, por convite do São Paulo FC, e que aos 35 anos, na Chapecoense, vivia o momento em que a sabedoria se equipara à enorme qualidade técnica.

O São Paulo FC lamenta, mais uma vez, com profunda tristeza, o trágico episódio da madrugada de terça-feira na Colômbia. O clube declarou luto oficial de três dias e oferece à Chapecoense e às famílias, amigos e admiradores de todos os envolvidos sua mais sincera solidariedade e disponibilidade neste momento. O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva apoia, ao lado de outros clubes do Brasil, um acordo de medidas esportivas de solidariedade à Chapecoense.