São Paulo: Decisão e Marcos Guilherme aquecem “rivalidade” entre SP e Atlético-PR

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UOL

Bruno Grossi, José Eduardo Martins e Napoleão de Almeida

  • Cleber Yamaguchi/AGIF

    Na primeira partida, Pablo abriu caminho para o Furacão vencer em CuritibaNa primeira partida, Pablo abriu caminho para o Furacão vencer em Curitiba

Em clima de decisão, o São Paulo recebe o Atlético-PR nesta quinta-feira (19), às 19h15, no Morumbi. A partida define quem garante a vaga para as oitavas de final da Copa do Brasil, sendo que os visitantes têm a vantagem do empate por terem vencido o primeiro duelo por 2 a 1. Além da disputa pela vaga, a partida ainda tem outros ingredientes que alimentam uma rivalidade bastante peculiar.

A mágoa dos paranaenses aumentou substancialmente após a decisão da Copa Libertadores de 2005, entre as duas equipes. Na época, os paulistas levaram o título após um empate por 1 a 1, no Beira-Rio, em Porto Alegre, e a vitória por 4 a 0, no Morumbi. Os atleticanos, porém, reclamam que os tricolores não quiseram jogar na Arena da Baixada, onde o São Paulo nunca conseguiu vencer. Nas partidas em Curitiba é mais do que normal os atleticanos chamarem os paulistas de “fujões”. Os tricolores, por sua vez, mantêm o ar de superioridade e relembram quem ficou com o título.

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Além dos duelos em campo, o que alavancou a rivalidade entre Atlético e São Paulo foi a sequência de episódios fora dos gramados entre 2004 e 2005. Primeiro, teve a polêmica na transferência de Dagoberto para o Morumbi. Revelação do Atlético em 2001, o atacante se machucou durante a campanha do vice-brasileiro em 2004 e não aceitava renovar seu contrato com o Furacão, já com uma proposta do Tricolor nas mãos.

O Atlético-PR foi até a Justiça para ampliar o acordo, alegando que o atleta passou meses sem jogar. Em 2007, Dagoberto reforçou o São Paulo, após longa disputa judicial e uma indenização de R$ 5,4 milhões. O jogador atuou apenas uma vez com a camisa tricolor na Arena da Baixada, em 2009, e passou os 90 minutos sob vaias.

Ainda em 2005, para conseguir a mudança do local da decisão da Copa Libertadores, o São Paulo fez valer o regulamento, que previa capacidade mínima para 42 mil pessoas nos jogos finais. O Atlético ainda correu contra o tempo, entrou em acordo com o colégio que ocupava o terreno ao lado e implementou arquibancadas modulares, como as que a Fifa usou na Arena Corinthians durante a Copa do Mundo. Mesmo com o laudo dos bombeiros em mãos, a Conmebol marcou o jogo decisivo no Beira-Rio, em Porto Alegre.

Para completar, também em 2005, o Atlético acusou o São Paulo de aliciamento para a contratação do atacante Aloísio durante a decisão da Libertadores. Aloísio estava emprestado ao Furacão pelo Rubin Kazan, da Rússia, com preferência de compra. O Tricolor se interessou pelo jogador e atravessou o negócio. Por tudo isso, não é de se estranhar que, para os atleticanos, o São Paulo seja tido como o principal rival interestadual.

Desta vez, a temperatura voltou a subir por conta de Marcos Guilherme. Revelado nas categorias de base do clube paranaense, ele foi emprestado ao São Paulo na última temporada. Os clubes assinaram o acordo até o fim de junho de 2018, sendo que ficou apalavrada a ampliação do vínculo até o término do ano. O Atlético-PR, porém, não tem certeza se vai manter o jogador no Morumbi até dezembro. Tal situação deixou o atacante chateado. Marcos Guilherme já demonstrou o desejo de permanecer no São Paulo, e espera ver o clube paulista se esforçar para cumprir com a sua parte.

Freguesia

Sempre quando se fala de partidas entre Atlético-PR e São Paulo os torcedores se lembram da invencibilidade dos donos da casa na Arena da Baixada. Desde 1999, foram 13 derrotas paulistas e cinco empates. Porém, no Morumbi o Tricolor dificilmente foi batido pelo adversário. Em 35 anos, foram 19 partidas no Morumbi, com 13 vitórias tricolores, cinco empates e apenas uma derrota.

FICHA TÉCNICA: 

SÃO PAULO X ATLÉTICO-PR

Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data/Hora: 19 de abril de 2018, às 19h15
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Correa e Thiago Neto Farinha (ambos do RJ)

SÃO PAULO: Sidão, Militão, Arboleda, Rodrigo Caio e Régis; Jucilei, Petros e Liziero; Valdivia, Nenê e Tréllez. Técnico: Diego Aguirre.

ATLÉTICO-PR: Santos; Paulo André, Esteban Pavez e Thiago Heleno; Jonathan (Matheus Rossetto), Camacho (Bruno Guimarães), Lucho González e Thiago Carleto (Renan Lodi); Guilherme, Nikão e Pablo. Técnico: Fernando Diniz.