São Paulo, 15 anos do tri da Libertadores: um time, três técnicos, dois troféus inesquecíveis

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GloboEsporte

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Paulo Autuori explica sua mudança tática, em uma equipe formada por Cuca, que passou por Leão e ganhou tudo por causa de uma geração que não aceitava perder.

Faz 15 anos nesta terça-feira (14) que o São Paulo goleou o Athletico (Atlético-PR à época) por 4 a 0 e conquistou o tricampeonato da Copa Libertadores.

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Um time que não parecia ter vocação para o terceiro troféu continental quando o ano começou, terceiro colocado apenas nos Brasileiros de 2003 e 2004, formado por Cuca, que passou por Emerson Leão e chegou ao título com Paulo Autuori.

Como em 1992, quando a Libertadores começou, não se apontava o São Paulo como favorito absoluto. Com Telê Santana, houve cinco partidas consecutivas com derrotas, incluindo um 0 a 4 para o Palmeiras, antes da arrancada para o troféu continental.

Em 2005, Emerson Leão começou a caminhada com o título estadual quase invicto. Quase, porque na partida que valeria o troféu, perdeu para a Portuguesa por 2 a 1, no Pacaembu.

Leão deixou o Tricolor depois de ganhar o estadual porque tinha compromisso com um amigo no Japão. Foi com esta justificativa sua despedida do Morumbi.

Paulo Autuori estreou na Libertadores na última rodada da fase de grupos, vitória por 3 a 0 sobre o Strongest, no Morumbi.

— O time jogava com três zagueiros. Eu mudei pouca coisa, porque precisava respeitar o jeito como a equipe se comportava — afirmou Autuori.

Amoroso comemora o primeiro gol da final contra o Athletico — Foto: Agência Reuters

Amoroso comemora o primeiro gol da final contra o Athletico — Foto: Agência Reuters

Mas mexeu em detalhes, como não deixar que a equipe se defendesse com três jogadores.

— Quando o adversário atacava por um lado, o lateral do lado oposto fechava a linha de quatro homens — lembrou o treinador.

Quer dizer, quando o rival avançava pelo lado de Júnior, ele atacava na marcação e ficava na linha de meio-campistas e, do lado oposto, Cicinho voltava como lateral. Ficava sempre uma linha de quatro defensores.

Assim, o São Paulo ganhou do Strongest, empatou com o Palmeiras, no Parque Antarctica, venceu no Morumbi, goleou o Tigres, em casa, perdeu no México, ganhou do River Plate, em Buenos Aires, e em São Paulo e chegou à decisão contra o Athletico.

Nesse meio tempo, perdeu Grafite, machucado nas quartas-de-final, contratou Amoroso, que estreou na Libertadores na semifinal contra o River Plate.

Fomrou-se o time: Rogério, Lugano, Fabão e Alex; Cicinho, Josué, Mineiro e Júnior; Danilo; Amoroso e Luizão.

A dupla de ataque se reencontrou nas semifinais da Libertadores, mas se conhecia desde as divisões de base do Guarani. Juntos, foram semifinalistas do Brasileiro de 1994, com a camisa bugrina. Em dupla, destruíram a defesa do Athletico.

Aquele São Paulo do tri começou com a montagem do elenco por Cuca, semifinalista em 2004, passou pelo título paulista com Emerson Leão e amadureceu com a tranquilidade de Paulo Autuori no banco de reservas. Há quinze anos, o São Paulo era tri da Libertadores.

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