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Gabriel Carneiro
O São Paulo estreou no Campeonato Brasileiro com uma vitória por 1 a 0 sobre o Fortaleza, mas nem todas as reações foram positivas como o resultado. O time dirigido por Fernando Diniz acertou três finalizações e só teve duas chances reais de marcar contra os comandados de Rogério Ceni, o que acentua as críticas sobre a produção ofensiva no contexto pós-paralisação do futebol durante a pandemia. O próprio treinador admite que faltou criatividade na partida de ontem (13).
Em quatro jogos, sendo três com o time titular, foram duas vitórias (Guarani, com reservas, e o Fortaleza) e duas derrotas (Red Bull Bragantino e Mirassol). Em meio à queda de rendimento, apenas dois jogadores têm chamado a atenção positivamente na construção de jogadas: Daniel Alves e Pablo – não à toa, participantes do gol que rendeu a vitória no Morumbi com assistência de Reinaldo.
Dani Alves: atacante e zagueiro? A opção de Diniz pela entrada de Liziero no lugar de Alexandre Pato exigiu adaptações dos outros jogadores e afetou Daniel Alves, que começou o jogo de ontem na segunda linha ofensiva, quase como um atacante de lado pela direita. Foi desta maneira que ele achou espaço na segunda trave, após cruzamento de Reinaldo pela esquerda, para marcar o gol da vitória em uma jogada coletiva, fruto de treinamento, pois o adversário é induzido a uma ação e surpreendido na hora H, como conta o próprio lateral.
Uns três gols assim já saíram na nossa equipe, porque eu converso sempre com o Daniel. Quando eu chego no fundo ou preparo para cruzar é para ele sempre estar entrando no segundo pau para pegar aquele ponto morto da equipe adversária. Hoje [quinta] mais uma vez deu certo, com o professor Diniz procuramos induzir o adversário e deixar um lado livre para acabar a jogada no cruzamento. É um gol muito coletivo.”
Apesar de ter melhorado o desempenho ofensivo do time quando avançado, Daniel Alves precisou atuar mais recuado no segundo tempo, graças à pressão do Fortaleza, mas dentro de uma função que já fazia na equipe de Diniz, auxiliando na construção e saída de bola. Com Liziero em uma noite pouco inspirada, a presença do camisa 10 evoluiu também o rendimento do São Paulo neste fundamento.
Pablo funciona fora da área O outro ponto positivo do São Paulo em meio à falta de criatividade tem sido o atacante Pablo, principal jogador do time após a retomada do futebol. Ele participou de gols em todos os três jogos do time titular: marcou dois contra o Red Bull Bragantino, fez um e deu uma assistência diante do Mirassol e ontem deu o passe anterior ao cruzamento de Reinaldo, na origem da jogada. O curioso do lance do gol contra o Fortaleza é que o atacante estava fora da área flutuando para buscar a posse de bola e abrir espaço na defesa adversária, uma receita que tem dado certo nos últimos jogos e confunde a marcação.
Dentro da área, Pablo ainda teve duas boas oportunidades de cabeça e uma de letra, mostrando uma multifuncionalidade que tem a cara do São Paulo idealizado por Fernando Diniz para 2020.
E agora? O próximo desafio do São Paulo será no domingo, às 16h, contra o Vasco. Fernando Diniz afirmou que consultará o departamento físico antes de definir o time titular e não descarta rodar o elenco. O certo é que Vitor Bueno, preservado por causa de dores no músculo adutor da coxa esquerda, será opção em São Januário. O time volta aos treinos hoje e terá só mais um dia de preparação.
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