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José Eduardo Martins
Em outras circunstâncias, uma derrota como a de ontem (4), por 3 a 0, para o Atlético-MG, poderia custar o emprego de um treinador do São Paulo. No entanto, Fernando Diniz deve ser preservado no cargo e manter a base da equipe para a próxima partida do Brasileirão. Além de contar com o respaldo da diretoria de futebol, o treinador acredita que o time esteja no caminho da evolução.
Para o comandante, o desempenho do Tricolor no início do confronto talvez tenha sido o melhor desde setembro do ano passado — quando Diniz chegou ao Morumbi para substituir Cuca. Para ele, a história do duelo poderia ser outra, caso o São Paulo tivesse sido mais eficiente nas finalizações e o árbitro não tivesse anulado um gol de Luciano, em que o VAR apontou o impedimento, quando placar ainda apontava igualdade de 0 a 0.
“Estou contente com o movimento do time. A gente tem de conseguir replicar o que fizemos contra o Atlético. Talvez os primeiros 35 iniciais foram os melhores que o time fez desde que cheguei ao São Paulo, em termos de volume, e jogando contra um time que a gente sabe que é impositivo, principalmente jogando aqui em Minas. Então, estou contente de fato com o time, mas não são onze jogadores. Todo mundo tem condição de jogar, isso está provado. Então, domingo é outro jogo e vamos ver os melhores jogadores para colocar em campo”, disse o técnico.
Neste fim de semana, o São Paulo recebe o Fluminense, no Morumbi. Até a partida de domingo (6), o treinador deve trabalhar também o aspecto anímico do elenco. Formado em psicologia, Diniz gosta de conversar individualmente com os jogadores. Para buscar uma sequência nesta evolução e manter a confiança do elenco após um revés como o de ontem, ele costuma até ressaltar a importância de alguns atletas. Após o jogo com o Galo, por exemplo, durante a coletiva, o técnico fez questão de falar sobre Igor Gomes — que perdeu a vaga de titular.
“Quero ressaltar que o Igor Gomes é um jogador que deu muito para a gente desde a minha chegada. E está trabalhando de uma maneira muito forte. É um menino que se dedica todos os dias de uma maneira integral. Eu tenho muita confiança de que esse momento que ele está passando vai acabar. E espero que seja logo. É um jogador que gosto muito. E é uma pessoa que jamais deixa de trabalhar de maneira intensa. Queria fazer esse registro”, disse o técnico.
É claro que para essa segurança de Diniz seguir adiante o time precisa obter mais resultados positivos. Até o momento, mesmo com a derrota em Minas Gerais, o Tricolor ocupa a segunda posição na tabela do Brasileirão, com 13 pontos, três a menos do que o líder internacional.
VAR e postura do São Paulo A pauta de Diniz também aborda a arbitragem. O comandante questionou a anulação do gol de Luciano na partida de ontem. O treinador fez duras críticas à utilização do VAR no futebol brasileiro. Na sequência, o São Paulo também se posicionou em suas redes sociais de maneira questionadora. O clube alegou que, independentemente do resultado, exigirá critérios claros.
Vale destacar que recentemente o São Paulo tem tentado mostrar força nos bastidores para cobrar a arbitragem. Em 2018, por exemplo, quando disputava a liderança do Brasileirão, Raí, executivo de futebol, reclamava da escalação de juízes cariocas em partidas do Tricolor, uma vez que o Flamengo era adversário direto na briga pela ponta da tabela.
Neste ano, o clube acionou a Federação Paulista de Futebol por causa de supostos erros de arbitragem em partida contra o Novorizontino — o juiz chegou a ser afastado e a entidade admitiu falhas. Já na rodada anterior do Brasileirão, foi a vez de o clube enviar um ofício para CBF para protestar contra uma suposta agressão de Jô ao zagueiro Diego Costa. O atacante do Corinthians pode pegar até 12 jogos de suspensão por causa deste episódio.
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