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Eduardo Rodrigues
Tricolor foi derrotado pelo River Plate e viu chance de classificação na Libertadores acabar.
O São Paulo ainda pode disparar na liderança do Campeonato Brasileiro, avançar algumas fases na Copa do Brasil até o final do ano ou até empolgar em uma provável Sul-Americana. Mas nada disso vai apagar os fiascos do time até aqui em 2020.
A eliminação na Libertadores na última quarta-feira, após derrota por 2 a 1 para o River Plate, em Avellaneda, na Argentina, foi apenas mais um capítulo da amarga rotina do São Paulo nos últimos anos.
Com a queda mais recente na Libertadores, o clube acumula 22 eliminações desde 2012, quando conquistou a a Sul-Americana, último título da história do clube.
E essa eliminação joga no lixo um ano conturbado, cheio de reviravoltas, decepções e que até a noite da última quarta tinha o seu momento mais decepcionante na eliminação vexatória para o Mirassol, no Paulistão.
São Paulo foi eliminado na Libertadores após derrota para o River Plate — Foto: Staff Images/Conmebol
Avançar às oitavas de final da Libertadores poderia ser um alento para apagar aquele triste episódio. Mas o São Paulo mostrou não ter forças para lutar contra as estatísticas e passou longe de ser um “clube da fé”.
Você que está lendo pode estar se perguntando se não é histeria demais falar em “ano jogado no lixo”, mas alguns aspectos comprovam a teoria:
- Com a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro terminando apenas no ano que vem, o São Paulo já não tem mais chance de faturar nenhum título em 2020. Ou seja, o presidente Leco encerrará a sua passagem de cinco anos sem nenhuma conquista;
- “Ah, mas a Libertadores acabaria ano que vem também”. Sim, fato. Mas o torcedor teria motivos para sonhar (em 2020) com uma grande conquista (no início de 2021). Nesta quarta-feira, esse fio de esperança acabou;
- Financeiramente, a situação também fica mais complicada. Caso avançasse às oitavas de final, o Tricolor embolsaria 1,05 milhões de dólares (cerca de R$ 6 milhões). A quantia pagaria praticamente metade da folha salarial do clube. O São Paulo vive uma de suas piores crises financeiras;
- A pressão que já era enorme, com faixas de protestos em frente ao Morumbi e cobrança de torcedores em jogo sim e jogo sim, deve aumentar e deixar o fim de ano ainda mais turbulento;
- Nitidamente os jogadores perderam a confiança. Até resgatar novamente o ânimo em um elenco que perdeu peças importantes no caminho e vive sob constante pressão por resultados expressivos, pode ser tarde demais.
Melhores momentos: River Plate 2 x 1 São Paulo pela Taça Libertadores 2020
O cenário se torna ainda mais desanimador se olharmos para os números recentes. Embora esteja na terceira colocação do Campeonato Brasileiro, com 18 pontos conquistados, o São Paulo não vence há seis partidas (quatro empates e duas derrotas). E mais:
- A defesa foi vazada nos últimos nove jogos. Se sofrer gol no próximo jogo, iguala a marca negativa de 2017, com Dorival Júnior, quando a equipe foi vazada em 10 partidas consecutivas;
- Nesses nove jogos, o São Paulo sofreu 17 gols, uma média de quase dois por jogo;
- No ataque, a equipe vive um problema para encontrar o parceiro ideal de Luciano, único atacante que vem mostrando algo diferente na equipe nos últimos jogos. Pablo, por exemplo, tem a pior média de finalizações erradas no Brasileirão;
- As oscilações que tiraram pontos preciosos no torneio nacional ainda não foram corrigidas, e o Tricolor pode ver a distância para a liderança ficar grande.
Daniel Alves, do São Paulo, em jogo contra o River — Foto: Staff Images / CONMEBOL
O discurso por evolução na equipe precisa se transformar em prática. O ano já foi jogado no lixo, mas ainda pode recuperar algumas migalhas que ficaram pelo caminho e, ao menos, entregar o clube em 2021 com alguma esperança de dias melhores.
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