GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Tricolor vence o rival Palmeiras com propriedade e alivia pressão após um jogo convincente.
Jogar no Allianz Parque para o São Paulo já é por si só uma grande pressão. Até o último sábado, o clube jamais havia vencido o rival no estádio (os 2 a 0 acabaram com o tabu). Soma-se isso ao fato de a equipe viver um momento conturbado na temporada, com eliminação precoce na Libertadores e protestos da torcida rotineiramente, e a situação só se agrava.
Mas diante deste cenário completamente desfavorável era possível acabar com o tabu e ainda colar na liderança do Campeonato Brasileiro? Para grande parte da torcida, a resposta provavelmente seria não. Mas Fernando Diniz e os jogadores contrariaram as estatísticas e apresentaram um futebol sólido e inteligente para dar fim à desconfiança. Ou pelo menos uma trégua.
Até a partida para o Atlético-GO, na rodada passada, o São Paulo tinha sofrido gols em dez jogos consecutivos. Para tentar consertar esse problema, Diniz tirou Léo da zaga e colocou Bruno Alves. Para proteger a entrada da área, tirou Tchê Tchê e escalou Luan.
Contra os goianos a decisão surtiu efeito: o São Paulo não levou gol e ainda marcou três. No último sábado, o treinador manteve as mudanças, mas precisava definir quem iria ocupar a vaga no meio de Gabriel Sara, suspenso.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Havia duas opções: Vitor Bueno (para ter mais qualidade ofensiva) ou Tchê Tchê (para ter uma saída mais qualificada na defesa e ajudar esporadicamente no ataque).
Tchê Tchê e Igor Vinicius em jogo do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli
A escolha foi por Tchê Tchê, uma das peças-chaves para o São Paulo triunfar. Com Luan em campo, o jogador deixou de ser primeiro volante e voltou a ser o segundo volante, sua posição de origem e a qual ele teve seus melhores momentos na carreira.
Com isso, o São Paulo teve mais homens protegendo a entrada da área e liberou os laterais para jogar. Em consequência, Igor Vinicius, pela direita, e Reinaldo, pela esquerda, brilharam.
Os laterais são-paulinos foram as principais válvulas de escape do Tricolor. Praticamente todas as jogadas ofensivas passaram pelos pés deles. O primeiro gol, inclusive, foi um bom resumo disso: Igor Vinicius sofreu o pênalti, e Reinaldo converteu.
O lateral-esquerdo ainda poderia sair do estádio palmeirense com, pelo menos, mais outros dois gols e uma assistência, mas parou em Jailson.
Reinaldo comemora gol do São Paulo sobre o Palmeiras — Foto: Marcos Ribollihttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
Mesmo com os laterais mais avançados, o São Paulo teve a inteligência para evitar os contra-ataques do Palmeiras. Luan, Tchê Tchê e Daniel Alves foram fundamentais para fazer essa recuperação da bola antes de o adversário se organizar em campo.
– É claro que a gente consegue dar amplitude para os laterais e temos mais mecanismos para se proteger. Quando a gente toma transições muito fortes não é porque o lateral está apoiando, é porque a gente joga de maneira equivocada. Ou a gente joga de maneira muito acelerada, ou força muitos passes por dentro, ou erra no início da construção – falou Diniz.
– Quando a gente joga de uma maneira mais consciente e consistente como jogou hoje, sabendo que a gente não podia ceder contra-ataque, que é muito forte no Palmeiras, a gente poderia sofrer. Às vezes a gente consegue liberar os dois laterais, mas tudo depende da construção e de onde cometemos os erros – completou o técnico.
A leitura de jogo de Fernando Diniz fez o São Paulo respirar aliviado após um mês de setembro e começo de outubro conturbados e de muita pressão. A vitória mais expressiva nesse um ano de trabalho do treinador pode dar uma luz para o clube ter um final de ano mais tranquilo e esperançoso.
O próximo passo é a Copa do Brasil, na próxima quarta-feira, às 19h15, quando o Tricolor encara o Fortaleza, de Rogério Ceni, fora de casa, pelo jogo de ida das oitavas de final.
Até a semana passada, alguns mais críticos poderiam dizer que a eliminação era questão de tempo. Após os ajustes realizados no sistema defensivo e a capacidade que o elenco mostrou ter em se adaptar aos estilos de jogo, esse pensamento pode ser diferente.
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