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Thiago Fernandes e Thiago Tassi
Luciano se tornou um dos principais jogadores do São Paulo em 2020, e ontem (14) mostrou novamente o porquê. Na vitória por 3 a 2 diante do Fortaleza, no Campeonato Brasileiro, saiu do banco de reservas e foi decisivo. Também ampliou os bons números pela equipe tricolor: agora, são nove gols e cinco assistências em 20 jogos. E a confirmação do atacante com a camisa são-paulina representa muito. Indicado por Fernando Diniz, o jogador, de 27 anos, supera a desconfiança de parte da torcida e até da imprensa de quando foi contratado e dá ainda mais moral ao comandante no cargo.
Isso porque, quando foi negociado em acordo que levou Everton para o Grêmio, não empolgou alguns torcedores. Única contratação do clube na última janela do mercado da bola, Luciano vinha em má fase no time gaúcho e chegou como incerteza ao Morumbi — ainda que a “sombra” de Everton não pesasse tanto, já que o atleta estava desgastado no clube paulista. Agora, como responde bem, a aposta conquista a torcida e faz Diniz ganhar mais moral junto ao departamento de futebol do São Paulo — já que o técnico bancou sua contratação. Para completar, Luciano é mais jovem (27 anos contra 31 de Everton) e agrada ainda mais por ter chegado a custo zero.
Aqui, uma ressalva: o Tricolor já havia sondado o jogador quando Cuca era o técnico, em 2019, mas no fim das contas se acertou com Raniel e desistiu de trazê-lo. Luciano melhora quando está com Diniz Os números de Luciano no Morumbi contrastam com o que foi a carreira do jogador até encontrar Fernando Diniz. Revelado pelo Atlético-GO, nunca se destacou no time como profissional e logo foi negociado para o Avaí. Em Santa Catarina, também não foi tratado como protagonista e, mesmo assim, teve uma chance no Corinthians.
Em seus primeiros passos em um gigante do país, ainda em 2014, teve um início promissor. Em seu primeiro ano, fez 13 gols em 47 partidas. A badalação o transformou em “Luciano Ronaldo” para os torcedores do agora rival. O bom momento levou o atleta, com 21 anos à época, para a seleção brasileira sub-23. Pela equipe, disputou seis jogos e fez cinco gols. A fama e o carinho dos torcedores deslumbraram o jovem, que passou a sofrer resistência até no próprio vestiário por causa da empolgação, considerada exagerada pelos companheiros de Corinthians. A animação, contudo, se transformou em frustração. Nos dois anos seguintes, a queda de rendimento o colocou novamente como um coadjuvante no CT Joaquim Grava.
Em 2015, ele fez 18 jogos pelo time e marcou seis vezes apenas. No ano seguinte, o número de jogos foi superior — 24 ao todo —, mas os gols ficaram mais escassos. O atacante só celebrou uma vez. Sem espaço na equipe, foi negociado ao Leganés, da Espanha, por 400 mil euros (R$ 1,4 milhão à época). Em um time sem muita badalação da Europa, pouco rendeu e acabou emprestado ao Panathinaikos. Na Grécia, também não conseguiu deslanchar. Por isso, voltou ao Brasil por empréstimo para defender o Fluminense. Em seu primeiro ano nas Laranjeiras, pouco acrescentou ao time comandado por Marcelo Oliveira à época.
A carreira de Luciano começa a ser modificada com Fernando Diniz. Em 2019, o treinador foi contratado pelo Tricolor carioca e teve a incumbência de comandar o atacante. Sob a batuta do técnico até o início de setembro, disputou 31 duelos e fez 15 gols. Esta foi a melhor média do atacante por um clube na carreira. Negociado ao Grêmio, teve de se separar do tutor. No Rio Grande do Sul, contudo, voltou a assumir um papel secundário. Não à toa, em agosto deste ano, foi negociado em troca por Everton e chegou ao São Paulo. Novamente sob o comando de Diniz, retomou o protagonismo e vive um dos melhores momentos de sua carreira.
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