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Thiago Lima
Depois de adiar audiência no Rio, Alvinegro tenta agendar reunião com Tricolor nos próximos dias. Grêmio aguarda um entendimento entre as partes para encerrar litígio
A novela Henrique Almeida continua sem previsão de encerramento. Os próximos capítulos envolvem Botafogo, ex-time do atacante com quem rescindiu contrato por meio de uma liminar, e São Paulo, onde ele foi revelado em 2009. Após adiar a audiência na 24ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro na semana passada, o Alvinegro já iniciou o diálogo, ainda de forma preliminar, com o Tricolor e estuda marcar um encontro nos próximos dias para tentar buscar um acordo. Os contatos têm sido feitos entre o diretor jurídico de futebol Gustavo Noronha e o advogado Anibal Rouxinol, pelo lado carioca, e com o diretor executivo de futebol Gustavo Vieira de Oliveira, do lado paulista. O Grêmio, atual clube do jogador, já se reuniu recentemente com o Botafogo no Rio e aguarda que as outras partes entrem em entendimento para não correr riscos futuros.
– É uma questão contratual, a gente viu desdobramentos de uma dívida com o Botafogo. Uma dívida garantida por direitos do atleta, a nossa posição é esperar para ver o que eles nos oferecem. Estamos abertos a encontrar uma solução, mas está tudo muito no início ainda – explicou Gustavo Vieira, filho do ex-jogador Sócrates, mas sem entrar em detalhes dos diálogos.
A ideia do Botafogo, que a princípio teria agradado aos representantes de Henrique e do Grêmio, é o atacante retirar a ação contra o clube na Justiça. Com isso, o Alvinegro, que busca uma indenização do Tricolor gaúcho pela contratação, daria-se por satisfeito com uma parte dos direitos econômicos do jogador para uma eventual venda futura. O percentual em questão é que está em debate e, numa segunda parte da negociação, seria repartido e oferecido ao São Paulo para quitar uma dívida de R$ 1,5 milhão referente à aquisição do jogador ainda na gestão de Maurício Assunção, em 2013. Se não houver consenso, há duas hipóteses: a primeira, mais remota, seria um acordo envolvendo apenas Botafogo, Grêmio e Henrique, permanecendo o litígio entre Alvinegro e Tricolor paulista; a segunda suposição seria cancelar as conversas e dar prosseguimento ao processo na Justiça até a última instância, cada um defendendo o seu.
Henrique obteve a rescisão com uma liminar na Justiça, em primeira instância, decisão que o Botafogo tenta derrubar. Diante dessa situação, o departamento jurídico do Grêmio formatou um contrato com cláusulas que protegem o clube, até porque o parecer é de que há “risco baixo” na contratação. Os direitos econômicos do atleta estavam divididos entre o Alvinegro (35%) e o Tricolor paulista (65%). No parecer gremista, porém, os direitos deixam de existir a partir do novo vínculo. Livre no mercado, o atacante assinou contrato por quatro temporadas com o Tricolor gaúcho após dar um “chapéu” no maior rival, o Inter. O Colorado negociava com o jogador e tinha até um acerto salarial, mas recuou nas tratativas por falta de garantias jurídicas.