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Yan Resende
Ao lado de Kardec, atacante argentino reencontraria formação com a qual se acostumou no Boca Juniors. Bauza aprovou atuação da dupla no último jogo
Calleri encerrou o jejum de 11 jogos sem balançar as redes na última quarta-feira, quando marcou o gol da vitória do São Paulo, por 1 a 0, sobre o Botafogo-SP. Na ocasião, a necessidade do triunfo fez Bauza encontrar uma possibilidade para tirar um aproveitamento melhor de seu atacante: ter outro jogador da mesma função ao lado – no caso, Alan Kardec.
O São Paulo jogava mal no Pacaembu, irritava o menor público da equipe no ano (2.970 pagantes), e o empate sem gols aumentava a pressão sobre o elenco. Por isso, já aos nove minutos do segundo tempo, Bauza tirou o meia Daniel e colocou Kardec para jogar próximo de Calleri na área adversária.
Funcionou. Se o Tricolor ainda errava bastante, ao menos passou a ter maior presença no ataque, o que facilitou a pressão em busca do gol da vitória. Aos 44 minutos, Calleri marcou depois de belo passe de Ganso.
O camisa 10, porém, se tornou um problema. Suspenso por causa do terceiro cartão amarelo, Ganso desfalca o São Paulo no clássico deste domingo, contra o Santos, na Vila Belmiro. Assim, a dupla formada por Kardec e Calleri pode ser a solução.
– Reconheço o esforço que fizeram, nunca desistimos e conseguimos o gol no final. Colocamos todos no ataque. Não descarto que possam jogar juntos contra o Santos – disse Bauza após a vitória sobre o Botafogo.
Em má fase nos últimos jogos, o atacante argentino pecou em finalizações importantes, perdeu pênalti e, mesmo quando sobrava vontade, parecia perdido no campo ofensivo. É compreensível. Antes de chegar ao Morumbi, Calleri quase sempre teve pelo menos mais um atacante ao seu lado.
No Boca Juniors de 2015, por exemplo, teve Carlitos Tevez. Em algumas ocasiões, Sebastian Palacios também era escalado. A receita foi de sucesso. Tanto que Calleri não queria deixar o time argentino – e escolheu a número 12 para atuar no São Paulo em homenagem aos torcedores da equipe da Bombonera.
A adaptação do atacante no Boca não foi fácil. Chegou com apenas 20 anos e precisou disputar vaga com estrelas. Quando Pablo Osvaldo foi contratado, passou semanas no banco de reservas. Ao recuperar a vaga, contou com Tevez para balançar as redes. O desempenho ganhou elogios de Riquelme. A receita era óbvia.
– Tevez vai me ajudar a fazer muitos gols – disse Calleri ao jornal Clarín, da Argentina.
O bom desempenho gerou o interesse do São Paulo. No Morumbi, no entanto, o atacante ainda não teve a mesma sequência. Neste domingo, possivelmente ao lado de outro atacante de ofício, poderá recuperar os bons momentos.