Quando o ano começou com uma nova presidência, diretoria e Muricy na coordenação, pensei: Tomara que esta gente tenha vindo para reconstruir o clube como um todo. Eu juro que foi isso que pensei e logo passei a torcer para acontecer.
Reconstruir não é chegar com um caminhão de dinheiro e logo ter time e elenco maravilhosos, isso é tentativa de milagre, e isso quase nunca acontece, principalmente numa organização com muitas pessoas. Reconstruir é mapear necessidades e ir atacando uma a uma de acordo com a capacidade de quem está no comando. Falo da capacidade financeira, administrativa, capacidade intelectual e força de vontade. Confesso que gosto dos passos dados até agora, a começar pela taça do paulista, que elevou a moral de todos dentro e fora. Isso foi essencial.
Cada gestor está cuidando da reconstrução da sua área. O elenco está na maneira do possível sendo refeito. Até agora nada a reclamar, os jogadores caros que pouco produzem estão sendo dispensados aos poucos. O time tem zaga, meio de campo e ataque. Precisa melhorar? Sim, e vai, de acordo com o bolso. No fim do ano mais alguns jogadores sairão e outros chegarão, podem apostar. O resultado dentro de campo mostra o que o clube faz fora de campo. É assim em todas as áreas de atuação humana e no futebol não é diferente, pelo contrário, a cada vez a organização fora de campo trará melhores resultados dentro de campo. A razão é que o profissionalismo chegou de vez. Hoje para o SPFC voltar ao topo serão necessários alguns anos, como foi com os clubes que estão lá. Muricy declara isso abertamente e é sabido que trata-se da verdade. De novo, não existem milagres, o que existe é trabalho na direção correta. Muito trabalho.
Eu estou gostando mesmo do que vejo e o tempo vai provar, se continuarem a fazer a coisa certa, claro. O Flamengo quando começou a fazer sua reconstrução era chamado de time do cheirinho, pois só chegava perto das taças. O SPFC conquistou o paulista sobre o adversário mais forte do estado, começou bem a fase da reconstrução. Agora é perseverar na luta árdua e ir atacando as deficiências do clube, ano a ano, sem fraquejar ou acreditar nos milagres. E se em 2022 o clube ganhar o bi paulista e a copa sul americana? E se em 2023 estiver forte para brigar de igual com os demais? Isso será ruim? Na minha mais sincera opinião não. Na verdade acho até curto o tempo que citei. Quantos anos faz que o parceiro financia e ajuda a administrar os porquinhos da capital? Destruir é muito mais rápido que construir, por isso é uma coisa complicada e que leva muitos a desistir no caminho ou tentar o milagre.
Como o SPFC tem a terceira maior torcida, o que lhe garante renda boa em bilheteria, venda de camisa, PPV e TV, sempre haverá boa entrada de dinheiro. A marca SPFC é forte, está nas mídias e as empresas querem colocar seus nomes na camisa. Quanto melhor dentro de campo, mais vale o espaço da camisa. Como o SPFC tem o CFA Cotia, sempre haverá bons atletas vindos da base para completar o time e gerar frutos esportivos e depois financeiros. Mas se Cotia não for bem administrado o jovem vai procurar outro clube para se desenvolver. Com seu estádio particular pronto e pago, com metrô na porta, também tem esta entrada de recursos sem necessidade de pagar a alguém. O que falta? A boa administração que acreditemos, temos uma novamente. É a melhor? Isso não sei, mas é um passo em relação às anteriores. Que arrumem a casa e quem sabe a próxima gestão, sendo também séria, possa devolver o clube ao seu lugar histórico. O resto é milagre, e eu só acredito em trabalho.
Na realidade podemos completar a frase da foto que usei hoje para: Insubstituíveis são a torcida e a boa gestão.
Salve o tricolor paulista, o clube da fé no trabalho.
Carlito Sampaio Góes