Ceni aprova desempenho do São Paulo em derrota e cita dilema entre Brasileirão e copas

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GloboEsporte

José Edgar de Matos 

Técnico falou depois de perder para o Flamengo sobre a necessidade de priorizar os torneios de mata-mata enquanto começa a ficar para trás no Brasileirão.

Rogério Ceni entende que, dentro do que era possível, o São Paulo apresentou um bom desempenho na derrota por 2 a 0 para o Flamengo, neste sábado, no Morumbi, pelo Brasileirão.

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O resultado fez a equipe chegar a seis jogos sem vencer no Brasileirão (quatro empates e duas derrotas), competição em que Ceni tem usado mais reservas por conta das disputas da Copa do Brasil e Sul-Americana.

Veja a entrevista de Rogério Ceni, técnico do São Paulo, após derrota para o Flamengo

Rogério Ceni em São Paulo x Flamengo — Foto: Marcos Ribolli

Rogério Ceni em São Paulo x Flamengo — Foto: Marcos Ribolli

– Não colocamos Everton Ribeiro e Arrascaeta no final, colocamos garotos. Competindo de igual para igual, foi um jogo bem parelho. Talvez o segundo gol dê uma conotação diferente. Até então, o São Paulo teve bons ataques pelos lados, mas não conseguimos (o gol). Tomamos um gol bem feio de um lateral, em uma bola jogada para a aérea. Foi um jogo bom, o São Paulo não teve medo, tentou atacar. É o futebol que pudemos propiciar. Eu me sinto bem com o time como se comportou, mas mal pelo resultado – afirmou.

O treinador tratou sobre o dilema de gerir a condição física do elenco pensando na possibilidade de brigar por títulos no mata-mata, ao mesmo tempo em que o time vai se distanciando das primeiras posições do Brasileiro.

– Não posso (deixar as copas de lado). Queria ter o Calleri os 90 minutos (contra o Flamengo). Mas se tiver e perder? Miranda e Diego tinha decidido que cada um jogaria 45. O time faz o melhor no Brasileirão. São circunstâncias. A virada de chave foi a virada que sofremos do Palmeiras nos acréscimos. Ficamos a nove do líder e poderíamos ficar a três. Tivemos que repetir o mesmo time (na Copa do Brasil), e ali começou a desencaixar – analisou.

– Ali começamos a dedicar mais às copas. Estamos fazendo o nosso melhor. Tabela foi pesada, próximo jogo é contra o Bragantino, vai estar mais descansado, pois está jogando uma vez por semana. Não quero passar susto no Brasileiro, mas não posso abrir mão das copas. Vamos lutar como lutamos com o Flamengo. É um time competitivo. Olhem bem, eles compram jogadores prontos, nós formamos jogadores. Cada um dentro da sua possibilidade – completou.

Melhores momentos: São Paulo 0 x 2 Flamengo pela 21ª rodada do Brasileirão 2022

O São Paulo caiu para a 11ª colocação do Brasileiro após a derrota, com 26 pontos e está mais próximo da zona de rebaixamento (seis pontos) do que do G-6 (sete). O treinador, porém, diz que uma possível luta contra a queda não é a preocupação do momento.

– Preocupação é ter o grupo. Se não tivermos mais lesões e jogarmos como jogamos contra o Flamengo, vamos conseguir vencer no Brasileiro. Vamos lutar em todas as frentes. Alguns setores temos trocas, mas ali na defesa a gente está contando minutos. Temos medo de perder zagueiros do jogo com o Ceará. Zaga é o setor que sofremos mais – explicou.

Antes de voltar a jogar pelo Brasileiro, o time decide uma vaga na semifinal da Copa Sul-Americana, contra o Ceará, quarta-feira, no Castelão. Depois de vencer por 1 a 0 na ida, o Tricolor precisa de um empate para se classificar.

Rogério Ceni em São Paulo x Flamengo — Foto: Marcos Ribolli

Rogério Ceni em São Paulo x Flamengo — Foto: Marcos Ribolli

O time de Rogério Ceni também busca uma vaga na semi da Copa do Brasil. O adversário é o América-MG e também foi derrotado no primeiro jogo por 1 a 0 no Morumbi.

– A copa só não é ilusória para quem é campeão. Ela faz você perder tempo em Brasileiro. Tem que jogar pensando que na quarta-feira tem jogo decisivo. A gente vem enfrentando maratona, tentamos fazer o melhor que pudemos. Fizeram um jogo bem satisfatório em nível de competitividade, de igualdade de jogo. Claro que no final vamos cansando, não temos tantas alternativas.

– O trabalho está sendo feito. Janela aberta, vem proposta, é difícil segurar. Não há dinheiro para contratar, não há jogador disponível, todo mundo fez sete jogos (na Série A). É um momento delicado que teremos que ter resiliência, paciência e enfrentar. Vamos tentar nossa vida lá contra o Ceará, chance de chegar a uma semifinal. Vai ser assim: com dificuldade, tentando sobreviver no Brasileiro e tentando passar nas copas.

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