Análise: elenco curto e má fase no Brasileiro obrigam São Paulo a avançar nas copas

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GloboEsporte

 José Edgar de Matos 

Sem vencer há seis jogos na Série A, time decide o futuro da temporada nos mata-matas.

O São Paulo deve priorizar a Copa do Brasil e a Sul-Americana, competições nas quais o time se encontra nas quartas de final. Rogério Ceni e companhia tentaram, mas o elenco curto e a recente má fase no Brasileirão obrigam o Tricolor a direcionar o foco para os dois duelos mata-mata diante de Ceará (quarta-feira), pelo torneio sul-americano, e América-MG (dia 18), pelo nacional.

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O choque de realidade veio diante de quem tem, talvez, o principal elenco do país no momento. O Flamengo reserva tinha Vidal, Everton Cebolinha, descansando Gabigol, Everton Ribeiro e Arrascaeta. O São Paulo, que também poupou peças, brigou, batalhou, mas perdeu por 2 a 0 para um time em outro patamar, que consegue se dividir.

A realidade do São Paulo é outra. Com problemas financeiros e um elenco desequilibrado (e ainda curto por lesões), o Tricolor chegou a agosto vivo em três frentes. Desde a derrota para o Palmeiras, a equipe dava indícios sobre a prioridade nas Copas. Veio um mês de insucessos no Brasileirão para o planejamento mudar.

Melhores momentos: São Paulo 0 x 2 Flamengo pela 21ª rodada do Brasileirão 2022

A derrota para o Flamengo derrubou o São Paulo para a segunda metade da tabela. São 26 pontos, sete a menos do que o Internacional. A distância para brigar pela Libertadores na Série A ficou grande, na visão da comissão técnica.

Ceni admitiu que os resultados recentes no Brasileiro direcionam a atenção às Copas — Foto: Marcos Ribolli

Ceni admitiu que os resultados recentes no Brasileiro direcionam a atenção às Copas — Foto: Marcos Ribolli

Tanto que, neste sábado, a preocupação contra o rebaixamento se tornou pauta. Para evitar repetir o drama do ano passado, Ceni conta com a recuperação de atletas para reforçar o grupo neste momento de oscilação.

– Preocupação é ter o grupo inteiro. Se não tivermos mais lesões, jogarmos como jogamos contra o Flamengo, com times que não têm mais qualidade, vamos conseguir vencer no Brasileiro. Tem jogos muito físicos. Pegamos dois adversários que desgastam muito: Ceará e América-MG. Muita marcação individual. Vamos lutar em todas as frentes – destacou Ceni.

Veja a entrevista de Rogério Ceni, técnico do São Paulo, após derrota para o Flamengo

– Alguns setores estamos tendo trocas, hoje jogou o Nikão, fazendo a do Luciano. Agora tem o Bustos, tem Eder, Calleri, tem Galoppo, Igor. Ali na defesa, a gente está contando minutos. Temos medo de perder zagueiros. A zaga é o setor que sofremos mais – admitiu o treinador.

A prioridade nas Copas carrega três aspectos importantes: histórico, financeiro e possibilidades a curto prazo.

Tricolor perdeu para o Flamengo por 2 a 0, no Morumbi — Foto: Marcos Ribolli

Tricolor perdeu para o Flamengo por 2 a 0, no Morumbi — Foto: Marcos Ribolli

O lado histórico foi ressaltado pelo treinador, que afirma “não abrir mão” da Sul-Americana e destacou o peso de brigar por um título continental dez anos depois de conquistar a competição. Na Copa do Brasil, o São Paulo teria um título inédito.

Pela questão financeira, a Copa do Brasil surge como destaque, podendo render quase R$ 80 milhões se o clube for campeão.

Sobre possibilidades a curto prazo, a resposta vem pelos resultados de ida contra Ceará e América-MG. Vitórias simples por 1 a 0 deixam o São Paulo a dois empates de semifinais. A chance de troféu (ou troféus) se tornaria real, questão de sete jogos para duas taças em 2022 – quatro na Copa do Brasil e três na Sul-Americana.

– É um momento delicado. Temos que ter resiliência, paciência e enfrentar. Vamos deixar a vida contra o Ceará, pois é a chance de chegar a uma semifinal. Já imaginou conseguir um feito de uma semifinal dessa, dez anos depois de um título e no momento que o clube atravessa? – destacou o treinador são-paulino.

– Domingo, temos que pensar na quinta. Vai ser assim: com dificuldade, tentaremos sobreviver no Brasileiro e passar nas Copas. É isso – encerrou Ceni.

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