Não adianta espernear: é um time de apostas. O torcedor precisa aprender a assistir aos jogos sem emoção.
É um pedido difícil, afinal, emoção e futebol caminham juntos, né? Mas não dá para achar que, por trazermos vários jogadores por empréstimo (Pedrinho, Marcos Paulo, Ferraresi (um pouco antes, é verdade)) farão milagres com um time que, me perdoem, já não era bom.
O São Paulo que entrou em campo no último domingo foi um time aguerrido, brigador e que não se entregou. Esses adjetivos são condizentes com o que vimos em campo. Mas e aqui vale esse “mas”, foi só isso. De maneira geral:
Rafael: não foi acionado.
Linha defensiva: os quatro foram bem, não passou nada. No ataque, um cruzamento de destaque para cada um dos laterais. Rafinha cruzou uma bola que o Calleri quase fez e o Welington fez um cruzamento que quase encobriu o goleiro e que a bola sobraria para o Pablo Maia;
Meio Campo: Maia começou bem, caiu vertiginosamente no segundo tempo. Nestor, na minha visão foi muito fraco. Luciano o pior em campo e o Rato foi bem.
Ataque: Pedrinho foi muito mal. Duas bolas de gol que ele não soube chutar. Bem que alguns analistas disseram quando ele chegou: é o homem do um contra um, não da finalização. O Calleri ainda tem crédito, mas perdeu algumas chances hoje, especialmente de cabeça.
Alterações: Liziero foi necessidade. Juan eu não entendi. Marcos Paulo entrou razoável e o Galoppo não fez nada demais.
O que eu quero dizer com essa análise tardia do jogo? Que o elenco, de maneira geral, é o mesmo e o sistema de jogo ainda é o mesmo. Na hora do “treino é treino, jogo é jogo”, só veremos as mudanças de estilo com o passar do tempo. E isso requer paciência.
Se tivéssemos qualidade, o tempo seria menor, mas qualidade é algo que nosso elenco não tem. Explico: o Nestor que, para mim, é um jogador de mediano para fraco, fez umas duas inversões de bola hoje que pegaram o Rato em boa posição de corte e chute. Lance rápido, sem muita “enrolação” de toque de bola. E prevejo que cada vez mais esse tipo de lance será normal para o time.
Do lado direito, o mesmo deve acontecer com Igor V. ou Rafinha: tentarão inverter as bolas no Pedro, que driblará e tentar Calleri ou Luciano.
Esse último carece de algum cuidado: é bom jogador, marrento e sabe jogar na posição que o Ceni quer. É basicamente a mesma posição em que jogou com o Brenner. Não é “pardalzice” e nem nada do gênero coloca-lo ali.
Por fim, volto aos primeiros parágrafos do texto: assistam aos jogos sem emoção e tentem analisar o que vem sendo feito.
O ponto forte do elenco será, como sempre, a união, não a qualidade técnica. Não temos qualidade técnica. Não somos o Flamengo e o Palmeiras dos anos anteriores (a coletiva do português já demonstra que ele quer/precisa de investimento em qualidade, o que não deram para 2023).
Precisamos ter paciência. Eu entendo as vaias, mas não concordo com elas. O time não se entregou e, para 2023, o que podemos cobrar deles é isso: raça, dedicação e buscar o resultado.
Tenham calma e vamos São Paulo!
PS: Aproveito o espaço para agradecer. Agradecer o espaço para que eu pudesse voltar a dar minhas singelas opiniões e agradecer ao Arthur pela paciência. Foi, é e sempre será uma honra escrever sobre o São Paulo. Acredito que retorno mais maduro e pronto para opinar com mais cuidado sobre o Tricolor.
Para cima!
Abrahão de Oliveira
Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, dono da @spinfoco e São-Paulino desde que se conhece por gente.
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