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O técnico Rogério Ceni concedeu uma entrevista coletiva com diversas explicações após a derrota do São Paulo por 2 a 1 no clássico contra o Corinthians, hoje (29), no Morumbi, pela quinta rodada do Campeonato Paulista.
Entre as respostas, o treinador explicou a ausência de Galoppo na lista de relacionados do Majestoso e também o motivo de ter deixado Luciano no banco, além de avisar que Orejuela, muito vaiado pela torcida, terá sequência de jogos no Tricolor.
Veja as respostas de Rogério Ceni:
Vaias ao Orejuela. “Isso é uma coisa que a gente não controla. A substituição foi um pouco pelo lado psicológico do jogador, depois de ser vaiado durante boa parte do fim do primeiro tempo. O Caio Paulista é um improviso, logicamente, na lateral-direita, não tenho como negar. Infelizmente temos todos os laterais-direitos lesionados. Mas era um jogador mais ofensivo, precisávamos desse 1 contra 1, por pouco o David não empata o jogo. Ele vai ter que ser forte e jogar outras partidas, sim. Não temos outros laterais. Entendo o torcedor ser incompreensível e tomar a decisão de vaiar dentro do jogo. É sempre mais difícil para um atleta jogar com vaias, mas vai da parte psicológica e mental dele de se concentrar, porque ele tem que jogar. Temos uma semana, não voltam nenhum dos laterais [Igor Vinicius, Rafinha e Moreira]. Ele vai ter sequência de jogos. Tem que ajudar, é atleta do clube. Ele tem de ter força mental e nós temos tem que ajudá-lo a que ele complete os jogos, produza algo para que inverta esse sentimento do torcedor”.
Galoppo fora (pelo limite de estrangeiros) para Orejuela jogar. “O Galoppo não joga de lateral-direito, sabe? Tenho o Méndez que é volante, o Calleri que é 9, os dois zagueiros dos três que têm no elenco. Como o Galoppo não joga de lateral-direito, prefiro colocar um lateral de origem. Por isso ele fica fora, não só ele como o Gabriel Neves. Dois jogadores que, dentro das possibilidades, que temos para levar para o jogo, é a realidade. Claro que é triste deixar Neves e Galoppo fora, mas não tem como. Foi talvez um erro nosso de planejamento, ter esses jogadores e não poder utilizá-los. Para usar o Galoppo eu tenho de tirar um desses jogadores e não tenho um lateral-direito. Sei que as pessoas às vezes não tem um conhecimento, mas essa é a realidade do momento. Alguém tem que ficar fora. Com a lesão do Ferraresi, o Diego Costa não estando pronto, essa é a nossa realidade. Não é porque a gente não queira levar o atleta, mas sim pela necessidade da posição”.
Luciano no banco. “O Luciano vinha quatro jogos consecutivos, assim como Calleri ficou fora de um, Nestor de outro, Méndez de outro. Hoje nós fizemos essa rotação e porque nós queríamos testar dois volantes de mais pegada no meio. Pablo saindo mais para o jogo, Méndez ficando como primeiro na construção, e o Nestor pouco mais adiantado para ter um pouco mais de força de marcação. Infelizmente falhamos no primeiro tempo em duas bolas que o Corinthians teve praticamente em todo o jogo. Tivemos que arriscar, voltamos para o segundo tempo com o Luciano e com a entrada do Caio do outro lado para tentar ficar mais ofensivo já que perdíamos por 2 a 0”.
Análise do Majestoso. “Como jogo, acho que nós fizemos um bom jogo, especialmente um bom segundo tempo. Controlamos o jogo, tivemos boas oportunidades de gol. Acho que o adversário foi mais assertivo, teve seus méritos nas duas jogadas. Tivemos uma leitura errada, mas serve para aprendizado. Podemos ter chance de encontrar o Corinthians ainda à frente. Muito ruim o resultado, claro, perder um clássico para um dos grandes rivais com 55 mil pessoas aqui, mas vislumbrando um futuro dá para tirar coisas boas, se conseguirmos chegar à fase decisiva no campeonato”.
Plano de jogo não funcionou? “A função deles [Méndez e Pablo Maia] é armar jogadas mesmo. O adversário se defendeu hoje praticamente todo o tempo em uma linha baixa, apostando nos contragolpes, característica dos três principais jogadores de frente. Quem tem que iniciar o jogo são eles. Acho que o Luciano entrou bem, fez o gol, teve a chance no final de fazer outro. Pedrinho entrou bem. Rato estava cansado, quinto jogo consecutivo. Tivemos controle de jogo, mas falta ajuste, treinamento, repetição, melhor finalização. Se for analisar o jogo, nós criamos bem mais, controlamos o jogo melhor, e eles foram mais felizes nos contragolpes, onde escaparam duas vezes e marcaram seus gols”.
E o Marcos Paulo? “Falta ele evoluir nessa parte física. A função de um 10 é armar o jogo, mas também precisa recompor defensivamente, acompanhar o volante adversário. Nisso o Luciano está um pouco à frente, Nestor também. Precisa se aprimorar nesse sentido de jogo, tem de ter o sentido coletivo do jogo. Isso não é uma crítica, só uma observação, para que ele possa ter mais minutos. Gosto muito do Luciano nessa função, hoje tentamos ser mais precavidos com dois volantes e Pablo com mais saída, mas não fomos felizes. Mesmo controlando o jogo, sofremos nos contra-ataques. Nós erramos coberturas, tomamos decisões precipitadas, por isso cedemos os gols ao Corinthians, além do mérito deles terem um time qualificado”.
Torcida impaciente com Welington e Nestor. “Acho que o torcedor expressa seu sentimento no jogo pelo resultado em si. 2 a 0 no primeiro tempo é natural que qualquer erro que aconteça o torcedor vaie. Não pelo atleta, mas sim pelo momento. Quando ficou 2 a 1, por mais que ocorresse um erro, o torcedor aplaudia. Vai muito do momento. Morumbi, 55 mil pessoas, qualquer um que erre vai ter o barulho de decepção no estádio”.
Calleri com poucas chances. “Tem de ver o estilo de finalização. Pedrinho, Luciano e Rato são jogadores que chutam de fora da área a maioria das bolas, por isso conta muito por estatísticas, talvez. O Calleri é mais finalizador de área, para que as jogadas venham do lado e cheguem nele para fazer o gol. O Galoppo, quando jogou de centroavante, fez os gols finalizando de dentro da área. Se fosse o Calleri, poderia ter sido ele o autor daqueles gols”.
Estreia do Caio Paulista. “Tendo os jogadores que temos à disposição, ele é contratado para a lateral esquerda. Hoje jogou na lateral direita já que o Corinthians abaixou muito as linhas. Ainda tem pouco treinamento, entrosamento, falta ritmo de jogo, mas não vejo ele como lateral-direito. Foi excepcional, uma decisão de momento pelo resultado do jogo. Se tivéssemos os três jogadores que atuam nessa função, com certeza ele não teria entrado na lateral direita na noite de hoje”.
Chances para Luan. “Todos têm condição de ser titular, só tem que ver o atleta consegue girar no ritmo que o time joga durante os 90 minutos. Principalmente contra um time com três homens de muita velocidade. Nisso ele sofre um pouco. É normal que ganhe minutos até se condicionar bem e estar em ritmo de jogo”.