A música brasileira perdeu um de seus nomes mais irreverentes. O cantor, compositor e humorista Juca Chaves morreu na noite de sábado (25) aos 84 anos em um hospital em Salvador, cidade na qual residia há décadas. A causa de sua morte não foi divulgada até o momento.
Torcedor ilustre do São Paulo, Juca foi um dos artistas que, na edição especial de 15 anos de LANCE! ajudaram a eleger os dez maiores jogadores da história do clube. À época, ele afirmou que se tornou são-paulino por causa de Leônidas da Silva.
Além do Diamante Negro, seus demais eleitos foram: Bauer, Mauro, Raí, Canhoteiro, Poy, Gino Orlando, Müller, Cafu e Rogério Ceni.
O “Menestrel” também deixou como legado em meio aos seus 60 anos de carreira uma música em homenagem ao Tricolor Paulista: a “Marchinha do São Paulo”.
MARCHINHA DO SÃO PAULO – de Juca Chaves
São Paulo, São Paulo
São Paulo, meu amor
Meu amigo… Não abro, estou contigo
Sou torcedor do Tricolor
São Paulo, São Paulo
São Paulo, meu amor
Meu amigo… Não abro, estou contigo
Sou torcedor do Tricolor
A massa são-paulina é gente muito fina
que torce, que torce, na chuva ou sol
No futebol do Patropi
Sou mais o Tricolor do Morumbi.
São Paulo, São Paulo
São Paulo, meu amor
Meu amigo… Não abro, estou contigo
Sou torcedor do Tricolor
São Paulo, São Paulo
São Paulo, meu amor
Meu amigo… Não abro, estou contigo
Sou torcedor do Tricolor
A massa são-paulina é gente muito fina
que torce, que torce, na chuva ou sol
No futebol do Patropi
Sou mais o Tricolor do Morumbi.
São Paulo!
Nascido no Rio de Janeiro, Jurandyr Czaczkes Chaves iniciou sua carreira durante a década de 1950. Na década seguinte, porém, se notabilizou por canções como “Por Quem Sonha Ana Maria?” e “Verinha”, mas também por shows e canções irreverentes. Em muitos momentos de sua trajetória, fez sátiras políticas, como em “Caixinha… Obrigado!”, “Presidente Bossa Nova”, “Brasil Já Vai à Guerra”, “Honestidade”, “Latino-Americano” (Desculpe, Foi Engano) e “O Menestrel”.
Chamado de “Menestrel Maldito” (e mais tarde denominado “Menestrel do Brasil”), também foi perseguido pela Ditadura Militar e foi exilado. Porém, em suas músicas manteve seu humor ácido com relação a situações no país, casos de “Take Me Back To Piauí” e “Paris Tropical”.
As sátiras ficavam também nítidas nos nomes dos seus LPs, em títulos como “Ninguém Segura Esse Nariz”, “Juca Bom de Câmera”, “O Incrível Juca Chaves – Ao Vivo ou Ao Morto” e “O Menestrel do Brasil – Enfim, Quase Livre”. Também fazia bordões como “vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o seu caviar”.
Em 2006, foi candidato ao senado pela Bahia pelo extinto PSDC e pedia votos fazendo poesias, mas ficou em quarto lugar. Com seu humor afiado, ainda fez sátiras políticas a outros governos e, no ano de 2015, fez shows que continham brincadeiras políticas. Além disso, se declarou apoiador da operação Lava Jato.
Desde 1975, Juca Chaves era casado com Yara Chaves. O artista deixa duas filhas, Marina Morena e Maria Clara.
LANCE
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