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Caíque Toledo
Nos últimos anos, mesmo em elencos que conquistaram títulos, o São Paulo teve jogadores que reclamavam demais. Dagoberto, por exemplo, que teve o nome gritado pela torcida no último jogo, foi peça fundamental nos títulos brasileiros de 2007 e 2008, mas muitos que viveram o dia a dia do clube falam mal da personalidade do atacante. Na época, sua saída foi considerada um alívio para os dirigentes.
Não seria diferente esse ano, já que começamos a temporada em baixa, após o pior momento político da história do clube e jogadores como Michel Bastos com frequentes problemas com a torcida e no vestiário. No entanto, a virada de chave que o time ganhou com a chegada de Pintado deixou claro: não haveria espaço para pequenas e desnecessárias reclamações. Em outros termos, chega de mimimi no São Paulo.
Exemplo simples? Lugano. O camisa 5 chegou em dezembro, fora da forma física ideal, se tornou o reserva da dupla de zaga e em momento algum esboçou qualquer tipo de reclamação. Pelo contrário, treinou ainda mais forte, viajou com o elenco mesmo quando não relacionado e mostrou a liderança e a idolatria que já nos acostumamos.
Vamos, então, ao outro lado da moeda. Na quarta-feira, o São Paulo empatava com o Vitória no Morumbi e Centurión foi substituído com atraso (por mim, nem tinha entrado em campo). Saiu reclamando, e, pouco depois, direto para o vestiário. No ano passado, já havia chiado no Twitter por entrar pouco. E olha que o argentino é escalado muito mais do que joga. Tirem suas conclusões.
Nos próximos dias, sairá o anúncio oficial do empréstimo de Rogério ao Sport. O atacante teria ficado insatisfeito com as poucas oportunidades que vem recebendo e pediu, mais de uma vez, para acertar com o clube pernambucano, que pagará R$ 2,5 milhões por 25% de seu passe. Não vai fazer falta.
Se Rogério é um péssimo jogador? Não. Se merecia mais chances? Sim. Se é menos irritante que o Centurión? Muito. Mas tem o tipo da mentalidade que não podemos aceitar nesse grupo atual. Abriu mão de disputar uma semifinal de Libertadores e de um campeonato longo como o Brasileiro pelo maior time do Brasil por achar que não seria aproveitado. Não precisamos de alguém assim no elenco.
Por mais que Rogério tenha feito gols importantes, na maioria das vezes se mostrou um jogador comum. Velocista que corre mais do que pensa, normalmente. O dinheiro nos ajuda a pagar a contratação de Cueva, que fez boa Copa América Centenário, e o atual camisa 17 continua com contrato conosco. É torcer para que vá bem no Nordeste e seja vendido. O “Neymar nordestino”, que chamamos aqui simplesmente de “Neymar que paga impostos”, no fim não passou de um jogador mimado.
Mais do que pela parte técnica, a saída de Rogério ajuda a fechar ainda mais o grupo são-paulino, que, nesse momento de pressão, não pode se submeter a nenhum tipo de chilique estúpido. E os do camisa 17 não foram poucos. Quem não tem mentalidade de elenco e de time vencedor nunca fará falta no Morumbi.