Diretoria tenta ratificar, em Assembleia Geral, alterações estatutárias realizadas desde 2003 para se livrar de ação judicial que pode criar caos administrativo no clube
Por Yan Resende – GloboEsporte.Com
Leco defende o “sim” na Assembleia Geral que será realizada neste sábado (Foto: Diogo Venturelli)
Neste sábado, os sócios do São Paulo participarão de uma assembleia geral que será importante para o futuro do clube. Eles escolherão se aprovam ou não as mudanças feitas no estatuto do clube desde 2003. A votação, que tem também cunho político, tenta derrubar uma ação judicial que pode anular todos os atos realizados nos últimos anos.
O processo é movido pelo conselheiro Francisco de Assis Vasconcellos. Ele alega que as alterações estatutárias foram feitas sem consulta aos sócios, uma exigência do Código Civil. A demanda tem sido bem sucedida na Justiça, e precisa de mais uma decisão no Superior Tribunal Federal (STF). Os recursos do São Paulo, até aqui, foram negados.
Desta forma, o Tricolor necessita da participação de seus sócios para conseguir elaborar um documento oficial que norteie o clube. Votarão “sim” aqueles que quiserem ratificar as mudanças feitas no estatuto desde 2003, e assim torná-lo judicialmente legal diante da ação que contesta tais alterações. Votarão “não” os que desejarem manter a ação em curso.
A briga também é política. Parte da oposição, derrotada na última eleição, defende o “não”, que poderia até tirar a presidência de Leco. Newton Luiz Ferreira, conhecido como Newton do Chapéu, conselheiro que enfrentou o atual mandatário no último pleito, distribuiu mensagem aos conselheiros afirmando que a aprovação das mudanças seria “pedalada jurídica”.
Até mesmo a figura de Carlos Miguel Aidar foi envolvida na campanha. A oposição colocou a foto do ex-presidente entre as pessoas que apoiariam o “sim”. Para alguns conselheiros, Aidar, que foi expulso do Conselho Deliberativo por causa da briga com Ataíde Gil Guerrero, disse que estava do lado do “não”, entretanto.
O GloboEsporte.com entrou em contato com Carlos Miguel Aidar, que não confirmou as mensagens a conselheiros. O ex-presidente disse que está afastado do clube, por isso não vai se manifestar em relação à votação deste sábado.
Se o “sim” vencer, como é esperado pela diretoria tricolor, além da ratificação das mudanças dos últimos anos, o São Paulo também iniciará o processo para formulação de um novo estatuto com sugestões de todos os associados e conselheiros em um prazo de quatro meses, algo que só ocorreu três vezes na história do clube, a última delas em 1937.