São Paulo sugere criação de fundo às famílias de vítimas da Chapecoense

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globoesporte.com

Alexandre Lozetti

Diretor executivo e presidente do clube paulista debatem auxílio aos parentes dos atletas mortos, e Marco Aurélio Cunha vê dificuldade no empréstimo de jogadores

Bandeiras a meio mastro no CT do São Paulo (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)

Bandeiras a meio mastro no CT do São Paulo
(Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)

O diretor executivo do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, vê com reticência a ideia de emprestar jogadores gratuitamente à Chapecoense para a reconstrução do elenco, que teve 19 atletas mortos e três gravemente feridos na queda do avião que levava a delegação para Medellín, onde disputariam a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia.

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O clube paulista assinou o manifesto que sugere o empréstimo e a isenção da Chape do rebaixamento pelas próximas temporadas. Cunha disse que o São Paulo fará de tudo para ajudar, mas revelou que, em conversas com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, debateram a criação de um fundo para os familiares dos jogadores falecidos.

– O presidente Leco deu uma ideia, ontem, de fazer um fundo que possa suprir os contratos desses jogadores que morreram, por um tempo. Ajudar a instituição é um dever de todos, da CBF, mas ela vai continuar. Quem não continua são os provedores dessas famílias. Essa é a parte que mais me toca – afirmou o dirigente.

Entre os mortos no acidente estava o lateral-direito Caramelo, que atuava na Chapecoense por empréstimo, mas tinha seus direitos federativos ligados ao São Paulo. Marco Aurélio Cunha acionou o departamento jurídico do clube para começar a avaliar um meio de continuar ajudando sua família.

– Quando o atleta falece, o contrato é automaticamente rescindido porque não se pode pagar alguém que não existe mais. É uma questão duríssima, mas absolutamente real. Vamos ver uma forma de manter isso. Se os clubes querem ajudar, cada um poderia adotar uma família dessas e suprir esses contratos. Seria melhor do que homenagens midiáticas – sugeriu.

O dirigente também explicou por que acha o empréstimo de jogadores uma questão complicada de ser resolvida.

– Oferecer atleta é bonito, mas não é fácil. O mais importante é dar condições econômicas para eles poderem escolher quem querem. Temos que prosseguir com ajudas relevantes. Que atleta eu vou emprestar? Algum que eu não quero? Que não é relevante para mim? Se quero ajudar tem que ser com jogadores relevantes. E eles vão querer ir? Não é assim tão simples. Temos que dar ajudas verdadeiras, isso é nossa obrigação.