A demissão de Diego Aguirre vai custar pouco mais de meio milhão de reais ao São Paulo. Diretor-executivo de futebol tricolor, Raí combinou de pagar os salários do uruguaio até o fim de dezembro, quando terminaria seu contrato. Ou seja, o treinador terá direito a 50 dias de salário sem precisar trabalhar – ele ganhava aproximadamente R$ 300 mil mensais.
Na entrevista coletiva que concederá nesta segunda-feira, para explicar os motivos que o levaram a dispensar Aguirre, Raí garantirá André Jardine como técnico do Tricolor nos cinco jogos que restam no Brasileirão – contra Grêmio, Cruzeiro e Sport em casa e contra Vasco e Chapecoense fora.
E há uma torcida enorme dentro do São Paulo para que Jardine consiga bons resultados. Primeiro, é claro, para classificar o time para a fase de grupos da Libertadores e depois para mostrar que está pronto para ser o treinador do time na próxima temporada. O ex-comandante do sub-20 foi alçado ao cargo de auxiliar-técnico do time principal exatamente para ser preparado para esse momento.
Somente se Jardine não vingar, o Tricolor começará a pensar em um treinador de peso para 2019.
Surpresa total: Aguirre não imaginava que correria o risco de demissão neste momento. Diante da queda de rendimento do time, que fez apenas 17 pontos no returno, o uruguaio previa que poderia não ter uma oferta para continuar no próximo ano. Mas descartava ser dispensado a cinco rodadas do fim de um campeonato em que perdeu apenas cinco vezes.
O treinador deixa o Morumbi desapontado com Raí, de quem esperava uma defesa mais forte diante da pressão do presidente Leco para demiti-lo. O ex-comandante também sai desapontado com alguns movimentos do CT de Cotia. Há um funcionário com muito tempo de casa que tem autonomia, por exemplo, para barrar a subida de jogadores pedidos por Aguirre para treinos.
Mais saídas? Depois da demissão de Aguirre, circularam boatos de que Ricardo Rocha também havia sido cortado. O Blog ouviu do próprio coordenador de futebol são-paulino que isso não existe. De qualquer maneira, é importante destacar que Ricardo Rocha e Lugano não participaram da decisão de dispensar Aguirre. O primeiro não foi convidado para a reunião, enquanto o segundo estava neste domingo na Argentina, para ver Boca Juniors x River Plate.
Se Ricardo Rocha não sairá, o mesmo não é possível assegurar a respeito de Lugano. O uruguaio, grande responsável pela escolha de Aguirre, ficou bastante decepcionado com a demissão de seu compatriota. É natural que a decisão tomada por Leco e abraçada por Raí crie um distanciamento do diretor de relações institucionais e pessoas mais próximas a Dios não descartam que ele peça para sair.