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Volante de origem, mas reserva da lateral-direita no elenco do Tricolor, jogador revelado na base espera ganhar mais espaço no São Paulo em 2019 e demonstrar seu valor
Em pouco menos de dois anos, o São Paulo promoveu inúmeras mudanças em seu elenco. Desde a primeira participação do Tricolor na Flórida Cup, em 2017, apenas um jogador segue na delegação são-paulina. Volante de formação, mas atualmente na reserva na lateral-direita, Araruna é o único sobrevivente da campanha que resultou no título do torneio amistoso.
Prata da casa, o polivalente jogador trabalhou com Rogério Ceni, Pintado, Dorival Júnior, Diego Aguirre e André Jardine no período. O meio-campista nunca chegou a ser protagonista, mas também jamais perdeu seu espaço. Focado e dono de uma boa relação com seus companheiros de trabalho, Araruna acostumou-se a abrir mão de jogar em sua posição de origem para ajudar o São Paulo quando necessário.
Desta forma, o jogador revelado em Cotia já atuou como primeiro volante, segundo volante, lateral-direito e até mesmo como ponta, em uma função muito mais ofensiva do que está acostumado. Desde a sua chegada ao profissional, em 2017 com o técnico Rogério Ceni, Araruna soma 38 jogos com a camisa do Tricolor, boa parte deles saindo do banco. A meta para 2019 é ser mais utilizado.
– Toda essa passagem de treinadores e de momentos diferentes no São Paulo me traz uma experiência e maturidade diferente para que eu tenha carreira. Isso me faz crescer em diferentes sentidos. O ano de 2017 foi complicado, em 2018 conseguimos evoluir bastante. Não saiu conforme o esperado, mas nós gostaríamos de ter conquistado o Brasileirão. Mesmo assim, em relação ao ano de 2017 acho muito melhor. Sempre estou trabalhando aqui para aproveitar as oportunidades quando ela apareçam. Espero ter mais chances em 2019 – afirmou o volante, em entrevista ao LANCE! em dezembro do ano passado.
Embora reconheça que a concorrência no meio de campo é grande, Araruna sabe que pode buscar seu espaço com o técnico André Jardine. Afinal, os dois trabalharam juntos em Cotia e o jogador, mesmo que não seja uma unanimidade entre os torcedores, tem seus méritos de se manter tanto tempo como peça do elenco do São Paulo.
Assim como aconteceu nos dois últimos anos, o volante se coloca à disposição para ser um curinga dentro do elenco, mas não deixando de falar que sua posição é no meio de campo, competindo com Jucilei, Hudson, Liziero, Luan e Willian Varias pela titularidade.
– Sou volante e gosto de jogar nessa posição. Muito das minhas oportunides, principalmente neste ano (2018), foram de lateral-direito. Joguei de ponta e até entrei como volante, mas joguei mais de lateral mesmo. Me sinto mais à vontade no meio e sempre deixei claro para os treinadores que aqui passaram que estou aqui para ajudar o São Paulo. Vou dar o meu melhor, mas minha preferência é ser volante mesmo – explicou o jogador, que viu e participou da campanha que quase rebaixou o Tricolor, em 2017, e da campanha que quase culminou com o título nacional, no ano passado.E MAIS:
Confira outros trechos da entrevista de Araruna:
Dos treinadores que passaram pelo São Paulo durante esses dois anos, com quem você conseguiu desenvolver seu futebol?
Tive um desenvolvimento grande com todos. Com o Rogério tive uma maior sequência, um maior número de jogos e ele me passava muita confiança. Como foi o meu primeiro passo da base para o profissional, o desenvolvimento é gigantesco. Foi com ele com quem eu mais desenvolvi. Ele me ajudou muito no profissional.
Nestes seus dois anos como profissional muita coisa aconteceu no São Paulo: o time quase foi rebaixado e também quase foi campeão. Para o lado positivo e para o lado negativo, você tem anos agitados aqui. Espera que 2019 seja um ano mais tranquilo para o Tricolor?
No São Paulo nunca vai ter um ano tranquilo. É um clube que sempre vai buscar grandes títulos e grandes posições. Há uma expectativa do torcedor. Qualquer quebra de expectativa cria um sentimento ruim para o torcedor e também para nós. Você brigar embaixo é pior do que brigar em cima, mas, tanto para nós como para eles, esse ano poderia ter sido muito melhor.
Na base você chegou a jogar na lateral-direita sob o comando do André Jardine. Como foi isso?
Com o Jardine joguei de lateral por seis meses. É uma posição diferente daquela que estou acostumado a fazer. Na base, todos me ajudavam quando havia um posicionamento ou uma movimentação errada. Você vai aprendendo, melhorando, pegando confiança.
Mas ele viu alguma característica especial em você para te jogar na lateral?
Acredito que todas as minhas experiências na lateral, tanto na base, como no profissional, aconteceram porque os laterais do elenco tinham alguns problemas de lesão ou de suspensão. Passei a ser chamado para fazer aquela parte do campo e ganhei essas oportunidades. Como tenho característica de defender como atacar, isso me ajudou a me firmar.
Ainda sobre o Jardine. Como vai ser tê-lo como técnico do profissional?
Nós (elenco) conhecemos ele e sabemos de seu caráter e profissionalismo. É um cara que trabalho sério, que sempre busca o melhor para o São Paulo, um cara esforçado e corajoso. Como ele fala, é um cara que quer jogar com a bola, quer ser protagonista. Acho que para o São Paulo é esse o estilo de jogo que deve ser o principal.
Já há alguns anos que a diretoria vem apostando na base. Chegou a hora dos jogadores de Cotia darem o recado esperado no elenco profissional?
Hoje em Cotia disputa-se muitas competições em níveis altos: Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil. Cada vez mais a galera que sobe da base vem preparada para assumir responsabilidades aqui em cima. Acredito que sim.
Elenco do São Paulo na disputa da Florida Cup de 2017:
Goleiros: Denis, Sidão, Renan Ribeiro e Thiago Couto
Laterais: Bruno, Buffarini, Júnior Tavares, Foguete
Zagueiros: Rodrigo Caio, Lucão, Lugano, Breno, Douglas, Maicon
Volantes: Wellington, Wesley, João Schmidt, Thiago Mendes, Araruna
Meias: Cícero, Cueva, Lucas Fernandes, Shaylon
Atacantes: Neilton, Gilberto, Wellington Nem, Chavez, Luiz Araújo
Elenco do São Paulo na disputa da Florida Cup 2019:
Goleiros: Jean, Júnior, Lucas Perri e Tiago Volpi
Laterais: Bruno Peres, Edimar, Igor Vinícius, Léo e Reinaldo
Zagueiros: Anderson Martins, Arboleda, Bruno Alves, Lucas Kal e Rodrigo
Volantes: Araruna, Hudson, Jucilei, Liziero e Willian Farias
Meias: Everton, Everton Felipe, Helinho, Hernanes e Nenê
Atacantes: Biro Biro, Brenner, Diego Souza, Gonzalo, Pablo e Tréllez