SP só empata, cai contra Talleres e sofre seu maior vexame na Libertadores

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UOL

O São Paulo não passou de um empate sem gols contra o Talleres hoje, no Morumbi, e concretizou o maior vexame de sua história na Copa Libertadores. Em situação complicada depois da derrota por 2 a 0 na Argentina no jogo de ida, o Tricolor fez sua pior campanha em todos os tempos na competição que se orgulha de ter conquistado três vezes, sendo eliminado logo na segunda fase preliminar.

Daniel Vorley/AGIF

O técnico André Jardine apostou em uma equipe ultraofensiva desde o início, com Pablo e Diego Souza enfiados na área, mais Helinho e Éverton abertos. Apenas Hernanes ficou a cargo da armação no meio-campo. O resultado foi um time que abusou dos cruzamentos e das bolas diretas, com pouca construção. Houve chances criadas, mas Diego Souza, principalmente, pecou na pontaria.

Com o fiasco, a situação de Jardine fica ainda mais complicada. Eliminado precocemente da principal competição do ano, o São Paulo terá mais uma parada dura pela frente: volta a campo no próximo domingo (17) para enfrentar o Corinthians, em Itaquera, pelo Campeonato Paulista. Já o Talleres avança para encarar o Palestino, do Chile, na próxima etapa da Libertadores, por uma vaga na fase de grupos.

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O melhor: Arboleda

A atuação do zagueiro no Morumbi foi praticamente o único ponto positivo do São Paulo. Arboleda ganhou todas as disputas com os atacantes do Talleres, mesmo exposto por uma equipe que deixou a desejar na marcação. Ele foi o único jogador que teve seu nome exaltado pela torcida durante a partida.

Os piores: Bruno Peres e Diego Souza

Ale Cabral/AGIF
Diego Souza perdeu chance incrível no primeiro tempo após cruzamento de Helinho Imagem: Ale Cabral/AGIF

Em uma noite em que quase nada deu certo para o São Paulo, os destaques negativos foram Bruno Peres e Diego Souza. O lateral errou quase tudo que tentou e ainda tomou sufoco na marcação. O atacante cometeu erros básicos de domínio de bola, não ajudou a criar nenhuma jogada e ainda perdeu duas chances claras de cabeça.

São Paulo começa ligado e no “abafa”

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Hernanes ficou muito isolado no meio de campo no esquema com quatro atacantes Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Ao contrário dos outros jogos com Jardine, quando o São Paulo se preocupou em manter a posse de bola e o controle da partida, desta vez a estratégia foi bem diferente desde o começo. O Tricolor se lançou com tudo ao ataque, empurrado pela torcida, e tentou criar na base do “abafa”, com muitas bolas esticadas para Pablo e Diego Souza. O início foi animador, com um chute cruzado de Reinaldo e uma cabeçada de Arboleda assustando os argentinos. Aos poucos, porém, o Talleres foi esfriando o jogo.

Argentinos fazem cera

Desde o primeiro minuto, ficou clara a intenção do Talleres de gastar o tempo. Com a vantagem confortável conquistada no jogo de ida, a equipe argentina demorava bastante para repor a bola sempre que ela saía. Um escanteio no começo do jogo levou quase um minuto para ser cobrado. O árbitro equatoriano, entretanto, não puniu a cera com cartões. O amarelo para o goleiro Herrera só foi sair aos 20 minutos do segundo tempo.

Diego Souza perde chance incrível

Quase sempre na base dos cruzamentos, o São Paulo chegou a criar chances perigosas no primeiro tempo. A maior delas foi quando, após cobrança rápida de lateral, Helinho cruzou na medida para Diego Souza, sozinho na área. Mas o camisa 9 errou feio a cabeçada e mandou para fora, perdendo a principal oportunidade tricolor na primeira etapa. No segundo tempo, ele voltou a perder chance clara de cabeça, para desespero da torcida.

Nervosismo atrapalha o São Paulo

Daniel Vorley/AGIF
O técnico André Jardine comandou o São Paulo pela décima vez nesta temporada Imagem: Daniel Vorley/AGIF

À medida que o tempo passava e o gol não saía, os jogadores do São Paulo começaram a demonstrar nervosismo. O time passou a trabalhar cada vez menos a bola e a apostar em chuveirinhos constantes para a área. Na hora de defender, a afobação também apareceu: Éverton fez falta violenta aos 36 minutos, chegando atrasado em um carrinho, mas ficou só com o amarelo.

Segundo tempo começa com pressão tricolor

Apesa do primeiro tempo ruim, o São Paulo voltou sem mudanças para a segunda etapa. E começou levando perigo ao Talleres. Primeiro, um cruzamento da esquerda passou por Diego Souza e chegou a Helinho, que tentou encobrir Herrera, mas foi travado por boa saída do goleiro. Pouco depois, Éverton fez ótima jogada pelo fundo e tocou na área para Pablo, que bateu cruzado. A bola desviou no zagueiro e quase entrou.

Torcida perde a paciência

Aos 15 minutos do segundo tempo, boa parte da torcida do São Paulo já havia deixado de apoiar o time e passado a entoar cantos de protesto. Gritos contra o presidente Leco e de “É, Muricy” tomaram conta do Morumbi. Já no final da partida, as arquibancadas chamaram o time de “sem vergonha” e voltaram a xingar Leco.

Éverton é expulso após confusão

Em dividida no meio-campo, Éverton ergueu demais a perna e solou o rosto do adversário, em jogada muito feia. Não restou alternativa ao árbitro senão dar o segundo cartão amarelo ao jogador do São Paulo, que teve que jogar os minutos finais com dez.

Nenê tem gol anulado por impedimento

A torcida chegou a gritar gol aos 38 minutos do segundo tempo, mas o lance foi corretamente anulado por impedimento. Após lateral jogado direto na área por Reinaldo, Diego Souza cruzou e Nenê apareceu na segunda trave para completar para as redes, mas em posição irregular.

FICHA TÉCNICA

São Paulo 0 x 0 Talleres

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 13/02/2019
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Roddy Zambrano (Equador)
Assistentes: Christian Lescano e Byron Romero (Equador)

Cartões amarelos: Bruno Peres, Éverton e Hernanes (São Paulo); Herrera e Díaz (Talleres)
Cartão vermelho: Éverton (São Paulo)

São Paulo: Tiago Volpi; Bruno Peres (Araruna), Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Willian Farias (Antony) e Hernanes; Helinho (Nenê), Diego Souza, Pablo e Éverton. Técnico: André Jardine

Talleres: Herrera; Godoy, Tenaglia, Komar e Díaz; Pochettino (Gandolfi), Cubas, Guiñazu e Ramírez; Palacios (Arias) e Dayro Moreno (Valoyes). Técnico: Juan Pablo Vojvoda