UOL
Bruno Grossi e Flávio Latif
Em 2014, o garoto Léo aproveitou um treino do sub-20 do Fluminense com a seleção brasileira, que se preparava para a Copa do Mundo no Rio de Janeiro, para tietar alguns astros do time canarinho. Um dos tietados pelo lateral-esquerdo foi Hernanes, que então defendia a Internazionale, da Itália. Passados quase cinco anos, fã e ídolo agora caminham lado a lado pelo São Paulo.
“Eu estava na base do Fluminense e ele na Copa de 2014. Tirei foto com ele, Marcelo, Hulk… Quando cheguei ao São Paulo, até mostrei a foto para ele no refeitório. Fizemos o antes e o depois (risos). Ele não lembrava e brincamos como a vida passa rápido, como tudo muda em cinco anos. Conversamos bastante sobre a foto. É um legado que ele deixou. O futebol é muito grande, mas ao mesmo tempo é pequeno e provoca esses reencontros”, filosofou Léo, em entrevista ao UOL Esporte.
O lateral de 22 anos será titular do São Paulo pela segunda vez na tarde de hoje. E novamente terá a companhia do ídolo Hernanes em campo. Juntos, venceram o São Bento no Pacaembu por 1 a 0, com golaço do Profeta. Agora, precisam vencer o Bragantino, em Bragança Paulista, às 17h, para manter o sonho de ser campeão vivo. Neste momento, o Tricolor está fora da zona de classificação para as quartas de final do Campeonato Paulista.
“O São Paulo passa por um momento de cobrança. Isso traz amadurecimento e consciência pela importância que temos na missão de voltar a ganhar títulos. Você não pode se contentar com um lugar porque vai jogar mais. Você precisa buscar desafio, objetivos maiores. E o nosso é fazer o São Paulo voltar a ser campeão”, projetou.
A tendência é que Léo tenha uma sequência como titular. No domingo passado, no empate sem gols com o Red Bull Brasil no Morumbi, Reinaldo sofreu lesão muscular na coxa esquerda e deve precisar de pelo menos 15 dias para retornar ao time.
Confira outros trechos da entrevista com Léo:
Você imaginava que teria uma chance de ser titular tão cedo?
Quando eu cheguei, o (gerente-executivo Alexandre) Pássaro me passou que seriam muitos os jogos em que eu teria oportunidade de jogar, que o Reinaldo também jogaria bastante. Mas agora não foi como eu queria. Até fui falar com ele (Reinaldo) para saber como foi a lesão, a gente se preocupa por ser um atleta e um companheiro. Isso vai além da concorrência pela posição. Reinaldo é um baita jogador e a gente só evolui na disputa.
Como o novo esquema com três zagueiros pode te beneficiar? Gostou de marcar com uma linha de cinco?
Para mim, que sou um lateral de muita força, ajuda muito. Mas se precisar voltar aos dois zagueiros, tudo bem, vamos jogar. Temos que nos adaptar. Com três zagueiros, tenho mais segurança de atacar. Não é que posso voltar menos, mas sim porque dá mais segurança. (A linha de cinco na defesa) é uma coisa conversada, o professor Mancini estava bem seguro de que essa tática seria boa para a gente. Pela situação em que estamos até. E, no fim, aquele ponto contra o Red Bull foi importante se pensarmos que foi quase uma hora com um a menos (após a expulsão de Gonzalo Carneiro).
O que aprendeu na passagem pelo Bahia?
Eu passei momentos fantásticos no Bahia, mas peço que melhore a situação lá, peço que valorizem mais o Nordeste. Só lá tem dois grandes, como Bahia e Vitória, então é preciso melhorar o futebol nordestino. O Brasil é muito forte ainda. Eu precisei dar dois passos atrás já. Fui para o Londrina, retomei no Bahia e foi muito importante fazer isso. Você cai e levanta no futebol, até dar certo pelo trabalho e pelo esforço.