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Eduardo Rodrigues
Clube teve início de ano turbulento e pode terminar com título que não conquista há 14 anos.
Marcos Ribolli
13 de fevereiro de 2019: o São Paulo empata por 0 a 0 com o argentino Talleres, no Morumbi, e é eliminado precocemente da Libertadores, gerando onda de protestos.
7 de abrill de 2019: o São Paulo empata por 0 a 0 com o rival Palmeiras, vence por 5 a 4 a disputa por pênaltis e avança à final do Paulistão depois de 16 anos.
Menos de dois meses depois do maior tropeço da história do clube na Libertadores, o Tricolor deu uma reviravolta em um início de ano que parecia caminhar para mais fracassos. As finais contra o Corinthians serão nos dias 14, no Morumbi, e 21, em Itaquera.
Alguns fatores foram primordiais para essa recuperação, tais como a ascensão dos jovens formados nas categorias de base, melhora no ambiente do elenco (iniciada por Vagner Mancini e consolidada após a chegada de Cuca) e o aumento da confiança dos jogadores.
Abaixo explicamos como cada um desses pontos ajudaram a colocar o São Paulo como finalista do Paulistão:
Cuca e Mancini durante o duelo contra o Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli
Ascensão dos jovens
André Jardine foi efetivado no Tricolor no fim do ano passado devido ao seu bom desempenho nas categorias de base do clube. Esperava-se que o treinador fizesse um bom uso dos garotos na equipe profissional, mas foi com o interino Vagner Mancini que os jovens deslancharam.
A dupla de volantes no início da temporada era um dos maiores problemas do elenco. Jucilei e Hudson, que tiveram boas atuações no ano passado, não se encaixaram e sofreram duras críticas. Luan, de 19 anos, e Liziero, de 21 anos, então, foram testados.
E até aqui já são quatro jogos como titulares em 2019. E nenhuma derrota…
Igor Gomes, Luan, Antony e Liziero durante treino do São Paulo — Foto: Marcelo Hazan
Já o meia Igor Gomes, de 20 anos, entrou no time devido às lesões de Hernanes e Nenê. O jovem correspondeu à altura. Logo no seu segundo jogo como titular no Tricolor, fez os dois gols na vitória sobre o Ituano e colocou o São Paulo em vantagem na disputa pela vaga nas semifinais.
Antony, de 19 anos, por sua vez, ocupou a vaga do também jovem Helinho, de 21, e virou uma unanimidade no lado direito do ataque. O jogador é uma das principais válvulas de escape do Tricolor.
– Às vezes eu nem acredito que estou vivendo esse momento, porque já fui torcedor e hoje poder jogar por eles é uma sensação incrível na minha vida. Fico muito feliz por estar vivendo esse momento – disse o atacante após o confronto contra o Palmeiras.
Melhora no ambiente
Cuca assumiu o São Paulo no início da última semana e já deu outro clima para o ambiente do São Paulo. Em seu primeiro treino, promoveu uma reunião no centro de um dos campos do CT da Barra Funda com todos os jogadores, onde eles se apresentaram e falaram com os demais companheiros.
Nessa mesma roda, Vagner Mancini e Jean se reconciliaram com um abraço após desentendido que provocou o afastamento do goleiro, que também recebeu uma multa. Após as desculpas, ele foi reintegrado ao elenco e o clima no CT da Barra Funda passou a ser bem mais leve.
Jean e Vagner Mancini fizeram as pazes no CT — Foto: Maurício Rummens / Estadão Conteúdo
– Aconteceram coisas internas que serviram para nos unirmos como grupo. A gente sabia que não estava desempenhando nosso melhor papel e aquilo estava incomodando a gente – disse Tiago Volpi, em entrevista ao Seleção SporTV, na última segunda-feira.
O ambiente de paz foi concretizado com o treino aberto no Morumbi no último sábado, quando mais de 30 mil torcedores compareceram ao estádio para apoiar o elenco. Após a atividade, os jogadores exaltaram a motivação que receberam com a presença do público no estádio.
Treino aberto no Morumbi reuniu mais de 30 mil torcedores — Foto: Marcos Ribolli
Confiança em alta
Uma das palavras mais ouvidas dos jogadores do São Paulo na zona mista da arena do Palmeiras após a classificação para a final do Paulistão foi confiança. Nos últimos quatro jogos do Tricolor, o time teve uma evolução visível no quesito.
A maior prova foi vista na decisão por pênaltis diante da equipe alviverde. Mesmo com o fantasma de duas eliminações em penalidades em 2018 (Corinthians, pelo Paulistão, e Colón, pela Copa Sul-Americana) os jogadores não sentiram a pressão.
O atacante Gonzalo Carneiro, muito criticado pela torcida, deu uma cavadinha diante do experiente Fernando Prass, e apenas o goleiro Tiago Volpi errou sua cobrança – mas defendeu outras duas.
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Os pênaltis de Palmeiras 0 (4×5) 0 São Paulo pela semifinal do Campeonato Paulista