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Perrone
Os mais de R$ 37 milhões que o São Paulo já pegou emprestados junto a bancos neste ano embalam uma discussão no clube sobre a política de contratações adotada pela diretoria. Críticos, incluindo alguns situacionistas, afirmam que sob a batuta de Leco jovens são vendidos e para suas vagas são trazidos jogadores por altos valores e que não conseguiram recolocar a equipe no caminho dos títulos. Essa equação exigiria constantes reformulações no time. Para fazer a roda girar, os empréstimos teriam sido necessários. Por sua vez, quem faz parte da direção alega que o São Paulo conseguiu atender a quase todos os pedidos de seus treinadores e que foram trazidos reforços de qualidade.
O atacante Pablo é usado como exemplo de jogador que era pretendido por rivais. Hernanes e Pato são tidos como atletas que não agradaram só à comissão técnica, mas também à torcida. Já Tchê Tchê é citado como uma peça que Cuca queria muito. Nesse cenário, a diretoria entende que as críticas sobre sua atuação na montagem do time são injustas. Existe também o discurso de confiança em relação aos reforços e ao trabalho de Cuca. A aposta é que a equipe vai decolar depois da Copa América.
Nesse período, pelo menos dois reforços podem chegar (lateral-direito e centroavante), mas também devem sair jogadores. Vale lembrar que Leco tem assegurado a manutenção das principais revelações que estão no time de cima. Há na situação quem admita a necessidade de quebrar a rotina de venda de jovens seguida de reposições. Porém, o argumento é de que isso só será possível com uma drástica redução da dívida do clube.
Além do volume maior do que o esperado de contratações, Elias Barquete Albarello, diretor financeiro executivo, aponta o fato de a Globo agora repassar uma parte maior do dinheiro pago pelas transmissões no segundo semestre como um dos fatores que contribuíram para a necessidade de empréstimos. Outros, segundo ele, foram o atraso de pagamentos a serem feitos por outras equipes e eliminações precoces na Copa do Brasil e na Libertadores. Com José Eduardo Martins, do UOL, em São Paulo.