Como Juanfran muda seu estilo de marcação na chegada ao São Paulo

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UOL

Arthur Sandes e José Eduardo Martins

Juanfran treina no São Paulo há uma semana e já se apresentou à torcida no Morumbi - Lucas Sabino/AGIF

Já ambientado, Juanfran vive a expectativa de estrear com a camisa do São Paulo e depende apenas da burocracia para estar em campo neste domingo (18), contra o Ceará. Na adaptação ao futebol brasileiro, porém, o lateral espanhol vai precisar mudar o estilo de jogo no qual se especializou nos anos de Atlético de Madri. Na Espanha, Juanfran virou pilar de um jogo de contra-ataque do Atlético, todo pensado por Diego Simeone, que esperava o adversário tomar a iniciativa na grande maioria das decisões que disputava. Naquele esquema, o lateral direito atuava em um jogo encaixado, de preenchimento de espaços para o contragolpe em velocidade, algo que só deve acontecer raramente no São Paulo.

“Simeone tem uma forma de trabalhar com todos juntos e saída para contra-ataque. Agora é diferente. O São Paulo não é uma equipe de contra-atacar; é de pressionar o adversário, roubar a bola e atacar”, diferenciou o próprio Juanfran em sua apresentação oficial no Tricolor, na semana passada. De modo geral, a mudança exige mais mobilidade do lateral, que no São Paulo deve ficar responsável por um espaço maior em comparação ao Atlético de Madri – se o Tricolor não recua tanto, Juanfran tem mais campo às suas costas. Aos 34 anos, o reforço também deve ter maior liberdade para atacar do que tinha no futebol espanhol. “Não terei problema de me adaptar, porque também tenho esta qualidade”, confia.

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Outro atenuante nesta adaptação é o nível dos adversários. É verdade que Juanfran terá que marcar ponta-esquerdas perigosos como Dudu, Soteldo e Clayson, mas os rivais não se comparam a Cristiano Ronaldo ou Philippe Coutinho, por exemplo – dupla que o espanhol enfrentou no primeiro semestre. Se o estilo de jogo é outro, ao menos algumas semelhanças Juanfran vê na troca do Atleti pelo São Paulo. “Simeone nos dizia que éramos uma equipe muito próxima às sul-americanas, porque não dávamos a bola por vencida, nos ajudávamos, éramos uma família? A torcida também é muito parecida com as de aqui”, relata o lateral, que já tem um grande objetivo em mente. “Já me contaram que o São Paulo é um time de Libertadores, e nós podemos ser esta equipe”, promete.