Como Juanfran muda seu estilo de marcação na chegada ao São Paulo

933

UOL

Arthur Sandes e José Eduardo Martins

Juanfran treina no São Paulo há uma semana e já se apresentou à torcida no Morumbi - Lucas Sabino/AGIF

Já ambientado, Juanfran vive a expectativa de estrear com a camisa do São Paulo e depende apenas da burocracia para estar em campo neste domingo (18), contra o Ceará. Na adaptação ao futebol brasileiro, porém, o lateral espanhol vai precisar mudar o estilo de jogo no qual se especializou nos anos de Atlético de Madri. Na Espanha, Juanfran virou pilar de um jogo de contra-ataque do Atlético, todo pensado por Diego Simeone, que esperava o adversário tomar a iniciativa na grande maioria das decisões que disputava. Naquele esquema, o lateral direito atuava em um jogo encaixado, de preenchimento de espaços para o contragolpe em velocidade, algo que só deve acontecer raramente no São Paulo.

“Simeone tem uma forma de trabalhar com todos juntos e saída para contra-ataque. Agora é diferente. O São Paulo não é uma equipe de contra-atacar; é de pressionar o adversário, roubar a bola e atacar”, diferenciou o próprio Juanfran em sua apresentação oficial no Tricolor, na semana passada. De modo geral, a mudança exige mais mobilidade do lateral, que no São Paulo deve ficar responsável por um espaço maior em comparação ao Atlético de Madri – se o Tricolor não recua tanto, Juanfran tem mais campo às suas costas. Aos 34 anos, o reforço também deve ter maior liberdade para atacar do que tinha no futebol espanhol. “Não terei problema de me adaptar, porque também tenho esta qualidade”, confia.

Publicidade

Outro atenuante nesta adaptação é o nível dos adversários. É verdade que Juanfran terá que marcar ponta-esquerdas perigosos como Dudu, Soteldo e Clayson, mas os rivais não se comparam a Cristiano Ronaldo ou Philippe Coutinho, por exemplo – dupla que o espanhol enfrentou no primeiro semestre. Se o estilo de jogo é outro, ao menos algumas semelhanças Juanfran vê na troca do Atleti pelo São Paulo. “Simeone nos dizia que éramos uma equipe muito próxima às sul-americanas, porque não dávamos a bola por vencida, nos ajudávamos, éramos uma família? A torcida também é muito parecida com as de aqui”, relata o lateral, que já tem um grande objetivo em mente. “Já me contaram que o São Paulo é um time de Libertadores, e nós podemos ser esta equipe”, promete.