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Eduardo Rodrigues
Veja como foi a entrevista do técnico do Tricolor após mais um triunfo no Brasileirão.
A vitória do São Paulo por 1 a 0 sobre o Athletico-PR, em Curitiba, em jogo atrasado da 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi a quinta seguida do Tricolor. O resultado deixou o time a dois pontos do líder Santos e fez o técnico Cuca elogiar a postura dos jogadores.
– Transfiro diretamente aos jogadores o elogio. A gente tem as ideias, mas quem executa são eles. Eu tinha três volantes no meio com saída boa. Liziero, Tchê Tchê e Daniel Alves, volantes entre aspas. E o Vitor estava sobrecarregado – falou o técnico do Tricolor.
– Entendemos que poderíamos ter uma força maior com a marcação do Liziero e uma força maior ofensiva com uma dupla de atacantes. Surtiu efeito, acabaram fazendo o gol. Vencer o Athletico aqui é difícil… Administramos bem no segundo tempo. Foi um time muito cascudo – completou.
Natural de Curitiba, Cuca vai voltar à capital paulista muito satisfeito com o que viu no Paraná. A atuação do São Paulo, embora com alguns sustos, foi de um time guerreiro.
– Eu converso muito com eles. Eu adoro quando jogador dá a vida, como fizeram hoje. Não tem um lá dentro sem uma dor aqui. Eles correm em média 10 quilômetros por jogo. Aí você pode pensar: “Ah, os caras correm isso também”. Mas na rua você corre sem ter um cara dando cotovelada, lutando por espaço, são 10 quilômetros jogados diferentes, mudando ritmo, de costas, é muita intensidade – falou Cuca.
– O Juanfran está de boca aberta, ele disse que achava que aqui no Brasil não se corria tanto. Se corre muito mais do que lá, lá é mais cadenciado, tático, posicionado. Estamos de parabéns. Em termo de correria nosso futebol tem sido muito bom, tecnicamente também. Um campeonato que tem seis, sete, oito equipes brigando pelo título – disse Cuca, falando do espanhol.
Quarto colocado do Brasileirão, com 30 pontos, o São Paulo volta a campo no domingo, contra o Vasco, às 16h, em São Januário, no Rio de Janeiro.
Cuca mostrou agitação à beira do gramado na Arena da Baixada — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net
Leia mais da entrevista de Cuca:
Sobre a tática do jogo
– São características do jogo. Não tínhamos uma equipe com velocidade de contra-ataque, tínhamos uma equipe rápida com a bola. Não tínhamos a velocidade do Toró, Pato ou Everton. Se temos um desses para colocar na segunda etapa, temos chances maiores de matar o jogo no contra-ataque. Então fomos mais cadenciados. Todos estão de parabéns, fizemos uma grande partida. É difícil ter todos à disposição, mas quanto mais melhor. Temos que valorizar muito os jogadores que guerrearam aqui.
Ideia de jogo
– Eu não costumo ter a melhor defesa. Acho que em 2016 com o Palmeiras teve o melhor ataque e melhor defesa, mas geralmente priorizo mais o ataque. Temos sofridos poucos gols porque o ataque ajuda também. Hoje fiz três trocas para trás, não tenho vergonha de falar. Valorizei o jogo. Coloquei o Willian Farias e dobrei a marcação com Léo e Reinaldo de um lado e Juanfran e Igor Vinícius de outro. Se acontecesse um gol estaria respondendo que chamei o Athletico, mas é o risco que corremos. Vamos ver se a gente consegue fazer mais gols, demos uma melhorada boa. Estamos contentes com o desempenho da equipe, principalmente após a Copa América.
Willian Farias
– Tem uma série de coisas que envolvem. O jogador é daqui, habituado a jogar clássico com o Athletico. É um marcador nato, eu tinha que utilizar ele neste jogo. Acho que ele entrou muito bem.
Liziero e Tchê Tchê
– Tchê Tchê e Liziero marcam e jogam. Mais jogam do que marcam, mas sabem marcar. O Tchê Tchê está debilitado, um probleminha que ele tem, gastrite, indisposição. Tem jogado parece que até melhor. O Liziero tinha três meses que não jogava. É um jogador versátil, conseguimos mudar algumas coisas taticamente porque se adaptam. Eu gosto de utilizar a versatilidade do jogador.
Time ideal com todos à disposição
– Ter a mescla para que você possa jogar com a bola e passar a linha, defender, sem a bola. Perguntaram se o Athletico foi para cima porque fomos para trás… É automático, quem está perdendo se joga no ataque e quem está ganhando valoriza o resultado. No final, o Raniel era um defensor. Um jogo que teve quatorze minutos de acréscimo, não acabava mais. Nós soubemos passar o momento ruim no jogo que eles se posicionaram no ataque. Se eu tenho as peças do contra-ataque, em uma delas eu ajo diferente. Mas hoje entendemos que era necessário valorizar o jogo, mesmo correndo risco. Graças a Deus deu certo.
Sobre Daniel Alves
– Hoje aguentou até o final. Eu diria que é um jogador extraordinário, fora de série, muito inteligente, se posiciona bem e tem um toque refinado. Uma pena não ter entrado aquela bola do Reinaldo. Estamos muito contentes com ele.