Um dos maiores jogadores do futebol brasileiro, cria do Internacional (RS), na Itália virou ídolo e ganho título de Rei, não podia deixar de ter uma passagem no maior clube o país o São Paulo Futebol Clube.
Catarinense, nascido na pequena cidade de Abelardo Luz em 16 de outubro de 1953, Paulo Roberto Falcão atuou como volante, mas não um simples volante, mas sim como um jogador diferenciado, de técnica apurada, excelência no drible e controle de bola, magnífica visão de jogo, bom chute que permitia finalizações perfeitas, extrema elegância e habilidade incomum eram os pontos fortes de Falcão.
Homem de ótimo caráter, uma pessoa sensacional cuja fama e sucesso jamais subiram a cabeça, Falcão tinha um futebol diferenciado, sendo comparado ao magistral Beckenbauer, o melhor jogador da Alemanha.
A vencedora campanha de Paulo Roberto Falcão começou no Internacional de Porto Alegre, equipe o qual o revelou e logo se identificou, tornando líder do elenco. Pelo Internacional Falcão conquistou 3 títulos brasileiros em 1975, 76 e 79, e 5 títulos estaduais em 1973, 74, 75, 76 e 78. O Internacional era uma equipe simplesmente sensacional e tinha em Falcão sua grande referência.
O sucesso de Falcão era nacional e em 1976 ele já era considerado um dos maiores jogadores brasileiros, sua estreia na Seleção Brasileira ocorreu em um amistoso em 21 de fevereiro de 1976.
O sucesso, conquistas e admiração dos torcedores e de toda a imprensa por Falcão só aumentava, sua presença era certa no elenco para a Copa do Mundo de 78, porém o jogador que fazia parte de diversas listas convocatórias anteriores a Copa foi preferido pelo treinador que optou por levar outro craque Tricolor, Chicão. Após a decepção de todos pela não convocação Falcão revelou que teve um desentendimento com o treinador, teria tido com Cláudio Coutinho uma pesada discussão, e esse seria o real motivo.
Na Copa seguinte na Espanha o treinador Telê Santana não abriu mão de Falcão e então fez parte ao lado de Waldir Perez, Oscar, Zico, Sócrates, Júnior, Toninho Cerezo, Serginho Chulapa e tantos outros craques da lendária Seleção da Copa do Mundo de 1982 na Espanha que sob o comando de Telê Santana encantou a Espanha, o Mundo e mesmo não saindo vitoriosa é tida como uma das maiores equipes de todos os Mundiais.
Em agosto de 1980 o craque foi comprado pelo Roma da Itália pelo valor de 1 milhão e meio, o que na época era considerado muito alto. Logo em sua primeira temporada foi campeão ganharam a Copa da Itália de 1980-81. Sua passagem pela Roma foi super vitoriosa, conquistando também a Copa da Itália de 1981-82 e 1983-84 além do Campeonato Italiano de 1982-83. Antes de Falcão a Roma não conquistava o Scudetto desde 1942. Ganhou a alcunha de “Rei de Roma” além de ser chamado na Itália de “Divino” ou “o oitavo Rei de Roma”, títulos pelos quais até hoje é lembrado e reverenciado no “Velho Continente”. Permaneceu no Clube até 1985, quando retornou ao Brasil.
O destino de Falcão não poderia ser outro, o Rei de Roma tinha que ir para aquele que já era um grande Clube e se destacaria como o time da década de 80, o São Paulo Futebol Clube.
Após o Bicampeonato Paulista do início da década de 80, o São Paulo amargou alguns maus resultados, então a diretoria Tricolor resolveu inovar e apostar em uma equipe jovem, veloz e de enorme habilidade, porém eram necessários alguns jogadores para equilibrar a equipe e passar aos jovens um pouco mais de experiência, Paulo Roberto Falcão era perfeito.
Mas infelizmente Falcão voltou da Itália com uma contusão no joelho que lhe incomodava muito gerando dores insuportáveis, o rendimento de Falcão não era o mesmo e por muitos jogos ele não estava disponível. Aliado a isso o jogador teve diversos problemas de relacionamento com o técnico Cilinho que o deixava no banco várias vezes fato que incomodava muito nosso magistral volante.
Mesmo assim Falcão foi muito importante para o São Paulo, pois seu bom caráter e toda a fama de vencedor foram fundamentais para forjar alguns jovens jogadores do elenco Tricolor que posteriormente se tornaria ídolos do Tricolor.
Foram poucos jogos pelo São Paulo, mas o título que sempre foi companheiro da brilhante carreira de Falcão também no Tricolor aconteceu, a conquista do Campeonato Paulista de 1985, quando atuou na partida final contra a Portuguesa no Morumbi.
A insuportável contusão no joelho abreviou sua carreira, e logo após a conquista do Campeonato Paulista Falcão decidiu abreviar o final de sua brilhante carreira e pendurou as chuteiras.
Após sua aposentadoria como jogador aos 32 anos, Paulo Roberto Falcão se tornou comentarista da Rede Globo e treinador com passagens pela Seleção Brasileira, Internacional, Bahia e Sport de Recife.
A passagem do Rei de Roma mesmo com poucos jogos disputados pelo Tricolor é motivo de orgulho para todos os torcedores do São Paulo, e na semana em que Paulo Roberto Falcão comemora mais seu 66º aniversário a Coluna Memórias Tricolor o homenageia. Parabéns Falcão, o Rei de Roma que também brilhou no Morumbi.
Gustavo Flemming, 40 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing.
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