Diniz tem sua maior série de treinos desde que assumiu o São Paulo

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UOL/LancePress

Pedir tempo de trabalho no futebol brasileiro é uma utopia, mas para que um estilo mais arrojado tenha sucesso, o básico é ter um período razoável de treinos para implementação de uma nova filosofia. É assim que os admiradores de Fernando Diniz defendem seu ídolo e é isso que ele tem aproveitado nesta pré-temporada com o São Paulo. Hoje, o técnico completa o sétimo dia consecutivo de treinamento, um recorde desde que chegou.

Na verdade, o treino da última segunda-feira, o sexto desta série, já havia sido um recorde. Em momento algum, desde o fim de setembro, quando assumiu o comando do time após a saída de Cuca, ele teve mais de cinco treinos para trabalhar com o elenco. Fato é que dificilmente alguma outra equipe teria esse tempo no meio de uma temporada, mas se houve alguma explicação para o Tricolor não ter decolado no fim de 2019, foi justamente a da falta de tempo.

Vale destacar também que Diniz pegou um trabalho já começado, durante um ano que trouxe muitas contratações, mas com quatro técnicos diferentes. O que se viu em campo pouco se aproximou da característica dos times comandados por ele, e em várias entrevistas seu pedido era para esperar um tempo maior de trabalho para que o resultado viesse nos jogos. Ele teve sim alguns períodos de cinco dias de treinamento, mas lesões atrapalharam, até mesmos suspensões, sem contar os dias de viagem ou que necessitavam de atividades regenerativas para os titulares que haviam atuado no jogo anterior. Não era à toa que Diniz clamava pela continuidade do trabalho e pela possibilidade de ter uma sequência maior de treinos.

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“Responsabilidade sempre tem (com o tempo de trabalho). No Brasil quando a gente cita trabalho, a gente fala da Europa, mas o Klopp fica cinco anos para ganhar título. Tem que escolher bem e acreditar que dará resultado. O São Paulo pra mim foi um casamento, todo mundo está alinhado para fazer um ano bom”, disse o técnico em entrevista coletiva na última semana.

Desde o dia 8 de janeiro até a última segunda-feira (13), foram 11 treinamentos, sendo cinco dias com atividades em dois períodos e um jogo-treino. Claro que nem todos os trabalhos foram táticos, mas a concentração e o tempo permitem que todo o planejamento de exercícios tenha a sua cara. Serão mais seis treinos e cinco dias até o próximo sábado, ou seja, serão completados, pelo menos 11 dias seguidos, já que domingo pode haver folga.

Tiago Volpi, que concedeu entrevista coletiva na última segunda-feira, falou como o elenco tem aproveitado esse tempo para aperfeiçoar e aderir ainda mais ao chamado “estilo Diniz”. Para ele, o tempo tem sido importante para trabalhar as saídas de bola, mesmo de forma mais simplificada. “Poder dar qualidade na saída, fazer a bola chegar limpa para nossos jogadores de meio-campo e de frente. Nós temos buscado na pré-temporada cada vez aperfeiçoar mais. Jogar quando se tem que jogar e, muitas vezes, quando tem pressão, fazer o simples. Mas sempre buscar a melhor forma possível de sair jogando para ajudar os companheiros da frente”, analisou.

O primeiro compromisso oficial do São Paulo nesta temporada no dia 22 de janeiro, uma quarta-feira, às 21h30, contra o Água Santa, no Morumbi. O confronto é válido pela primeira rodada da fase de grupos do Paulistão-2020. O Tricolor ainda disputa Copa Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil.