Everton vê melhor elenco desde chegada ao São Paulo: “Banco pode atropelar”

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UOL

Bruno Grossi

Everton chegou ao São Paulo como grande reforço de 2018. Suas arrancadas e assistências colaboraram para que o time chegasse à liderança do Campeonato Brasileiro, bem como sua ausência após problemas musculares contribuíram para a queda brusca na tabela e em desempenho. Passados quase dois anos, ele já não carrega tanto protagonismo e vê o Tricolor melhor e mais completo.

“O elenco mudou bastante. Antes precisávamos improvisar muito e hoje é grande e com jogadores de qualidade. Quem está jogando precisa estar muito ligado, porque se der uma brechinha quem estiver no banco atropela. A temporada é longa e é bom que todos estejam bem assim”, analisou o meia-atacante, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

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O bate-papo aconteceu na manhã de ontem (28), logo após o último treino do São Paulo antes de encarar a Ferroviária pela terceira rodada do Campeonato Paulista, na Arena Fonte Luminosa. Havia a expectativa de que Everton fosse o escolhido para substituir o lesionado Helinho, mas ele diz que ainda precisa de cuidados para voltar a ter uma sequência. Afinal, ele só jogou por alguns minutos desde que se recuperou de grave lesão no joelho esquerdo, sofrida antes mesmo da chegada de Fernando Diniz ao São Paulo: “Fiquei um tempo grande fora e foi muito importante voltar no clássico contra o Palmeiras [entrou no lugar de Hernanes no segundo tempo]. Estou conhecendo mais agora o professor, entendendo o jeito dele de jogar. A motivação é grande por um ano diferente”.

Everton atende torcedores na porta do hotel do São Paulo em Araraquara, na véspera da partida contra a Ferroviária - Érico Leonan/saopaulofc.net

A passagem de Everton pelo São Paulo tem sido dividida entre momentos de muita eficiência e força e outros de inconstância devido a lesões. Ele reconhece isso e sabe que precisa de mais calma para tentar retomar um alto rendimento. Para isso, Diniz tem sido essencial. “Eu ainda preciso de mais tempo, de mais minutos para voltar de vez. Tenho conversado muito com o treinador e aos pouquinhos vou retomando o ritmo e me soltando. Queria estar entre os 11, mas fiquei muito tempo fora e preciso de paciência. Eu não consigo me dosar em treinos e jogos, vou sempre ao extremo. Então, ele está me passando essa tranquilidade para voltar devagar”, explicou.

Diniz tem usado Everton mais como um meio-campista, em estratégia que Cuca já havia utilizado no ano passado. Ao mesmo tempo, chegou a treiná-lo na ponta direita, onde o camisa 22 não está muito habituado a jogar. Era uma forma de compensar a ausência de Antony, que está com a seleção brasileira sub-23 no Pré-Olímpico disputado na Colômbia, mas pode ser uma solução definitiva com a possível venda do garoto. “Sei que na maior parte do tempo fui ponta esquerda, mas para mim é tranquilo também jogar pelo meio, como fiz na última temporada. Não tenho dificuldades. Na direita é mais questão de adaptação. Já fiz alguns treinamentos e isso fica a cargo do treinador. O que preciso é me preparar bem para as oportunidades que aparecerem”, ponderou.

Voltando à comparação com 2018, Everton crê que é preciso retomar um pouco da agressividade que o time de Diego Aguirre conseguiu impor ofensivamente na arrancada para a liderança. Depois, a equipe sentiu o ritmo do Brasileirão e passou a ser mais lenta e previsível. Esse foi um dos erros cruciais na visão de Everton, que também quer aprender com os tropeços do ano passado, principalmente pela queda na fase preliminar da Copa Libertadores da América. “Só as vitórias vão retomar a confiança da torcida, mas a volta direta à Libertadores foi importante para nos dar mais tempo de trabalho. Teremos um entrosamento maior quando chegar a Libertadores. Precisamos aprender com as coisas ruins do ano passado e fazer tudo diferente para ir bem. O time é experiente, gosta de ter a posse, mas ainda precisa de mais movimentação e profundidade”, apontou.