Sextas Tricolores – O Futebol É Engraçado

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Quem acompanha meu trabalho e minhas colunas por aqui sabe que eu sou um defensor ferrenho do nosso técnico, Edgardo Bauza. Acho que ele conseguiu montar um elenco e, mais do que isso, dar ALMA ao time. E esse conceito é muito mais do que um planejamento tático, uma jogada ensaiada e uma tabela que resulta em gol.

É a união entre os atletas, o entendimento da hierarquia e sentimento de que juntos eles são mais fortes. Foram esses conceitos, junto com a extrema paixão que todo o Tricolor tem pelo clube,  que nos empurraram à semifinal da Libertadores. Mais do que isso, a aceitação do Lugano que, pelo que se sabe, é uma GRANDE influência extracampo, que ajuda o grupo, ceifa egos e trabalha pelo São Paulo, são combinações que começam a trazer a cara do time que queremos ver em campo.

Entretanto, de uma hora para a outra, tudo pode mudar. O convite da seleção ao Patón pode colocar um fim em sua trajetória dentro do clube. Novamente, no meio da temporada, uma seleção vem atrás do nosso comandante.

Isso mostra algumas coisas para todos nós: que somos uma vitrine, não só para jogadores; que estamos escolhendo BEM os estrangeiros, afinal, se não fossem bons, não trabalhariam em seleções de algum respeito e que precisamos nos agilizar para uma possível saída do gringo.

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É preciso compreender algumas coisas antes de sairmos apontando dedos. A primeira é a declaração, feita meses atrás, de quem “nem a Argentina” o tiraria do Tricolor. Façamos um esforço para entender que, naquele momento e naquela situação, Tata Martino fazia um bom trabalho a frente da seleção argentina e, dessa maneira, o nosso técnico “tirou o corpo” para falar sobre o momento. Fato que não ocorre agora.

Os nossos vizinhos estão sem técnico, sem rumo, com a possibilidade do maior craque da história deles se aposentar e precisam de alguém que seja sério, comprometido e  copeiro. Como não cogitar o Patón? E nesse contexto, ele foi chamado para conversar sobre a POSSIBILIDADE de assumir a seleção. Por enquanto, o que se desenha, é isso. Uma conversa, talvez uma sabatina, e aí acontece a proposta. Esperemos! Não há nada definido ainda.

Entretanto, se o Patón aceitar, ele vai cair muito no meu conceito. Consigo entender as razões de representar sua seleção, mas trouxemos vários jogadores, em especial gringos, que ele solicitou ao Tricolor. E agora? A gente senta e chora? Essa dúvida, obviamente, nos leva à próxima questão. Quem pode assumir o Tricolor? Bom, particularmente, vou citar quem eu NÃO quero que assuma. Vamos lá!

Luxemburgo: Não serve para a segunda divisão do futebol chinês. Virou um caçador de multas rescisórias. A história do “pôjeto”, já deu! Não há que se cogitar esse ser humano aqui no São Paulo. Precisamos de trabalhadores sérios, que querem conquistar mais e que estejam dispostos a dar o corpo e a alma pelo SPFC. Não venham com esse papo de “dar a volta por cima”, não vale o risco, não com o Luxa. Resgatem os históricos recentes do treinador e verão que ele não serve!

Mano Menezes: É inegável que é bom técnico. Fez um bom trabalho no Cruzeiro, mas seu passado o condena. Além de ter sido mandado embora do “fortíssimo” futebol chinês ele já tirou uma onda com o SPFC mais de uma vez. “Deuses do futebol”, sorrisos irônicos e a personalidade de quem se acha maior do que o clube são fatores que pesam MUITO contra o Mano. Não o traria, não vale o risco.

Abel Braga: Por favor. Não basta o fiasco de um “motivador” na Copa do Mundo de 2014 e vocês querem outro para o SPFC? O cara viveu no mundo árabe, fez seu pé de meia com toda dignidade, mas não está atualizado para trabalhar com um elenco como o nosso. Quero um time moderno, compacto e com opções táticas, coisas que o Bauza, aos poucos, consegue implementar no SPFC. Não acredito que o Abelão consiga nos conduzir para o caminho que precisamos, prova disso é que, sempre que negocia com um clube, o interessado opta por outro treinador. Algum motivo tem!

Muricy: Com graves problemas de saúde, não deve voltar a treinar. Respeito à sua história, mas o tempo passou.

Fernando Diniz: Ousado! Mas a torcida teria paciência para que ele conseguisse implantar sua filosofia de jogo? Dariam 6 meses, um ano para o cara trabalhar? Se sim, ele pode ser uma pedida interessante.

Leão: Piada. Só pode.

Acho que o caminho é vasculhar a América do Sul. Estamos acertando nos comandantes, mas estamos com azar. Acertamos tanto que as seleções os levam. Continuemos então a procura de outro gringo que seja parecido com o Baúza e que possa aproveitar bem o elenco que temos. Sonhos existem muitos: Sabella, Reinaldo Rueda, Diego Coca, Gallardo, Bielsa e por aí vai.

Que a diretoria faça um bom trabalho de reposição, se necessário.

Ganso: Engraçado ver que no Sevilla ele aceita ser o novo Pirlo. Aqui fez birra e disse em coletiva que não gostaria de jogar de segundo volante! Apesar disso, desejo toda sorte do mundo ao Maestro. Que volte mais maduro e nos traga uma Libertadores!

Força, Tricolor!

Contato?

@Abroliveira ou [email protected]

Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, dono da @spinfoco, são-paulino e tem o sonho de cobrir um mundial de clubes com o clube do coração. 

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição dos proprietários da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.