O assunto treinador é sempre complicado no Brasil, terra que produziu poucos treinadores de alto nível até hoje. O ótimo jornalista Maurício Noriega escreveu um livro sobre os dez maiores da nossa história na opinião dele. A lista é fraca. Recomendo a leitura.
E com isso, não poderia ser diferente o nosso momento: Dificuldade em contratar um cara para comandar os jogadores. Esta missão de ser treinador é difícil e ingrata.
Muitos nomes foram citados pela imprensa. Nenhum brasileiro citado me agrada. Gosto mesmo de Cuca e Tite, mas os dois são impossíveis agora. Dorival Júnior faz bom trabalho, mas é impossível também. Jorginho e Roger aparecem bem entre os novatos, mas já foram consultados e no momento, descartados. Todos estão bem empregados.
Diante disso e da surpresa de perder Patón para mais uma seleção, minha opinião, como mero torcedor, é apostar no Jardine. O Flamengo está fazendo isso e tem dado certo. O caminho, para melhor avaliar Jardine, é conhecer como é a relação dele com o elenco de jogadores, comissão técnica e como os jogadores avaliam o Jardine. Qual é a opinião deles. Além de observar a relação entre eles, um caminho é conversar com os líderes do elenco. Nada como uma reunião em sala fechada com Lugano e Maicon.
Se Jardine tem bom conhecimento sobre futebol, isso quem vive o futebol do SPFC de perto pode saber, e se tem boa relação com o elenco, a escolha por ele neste momento pode ser boa e dar bons resultados. O SPFC é clube gigante, pensa em G4 e a decisão deve ser certeira, não se pode falar em aposta. Esta palavra não é a adequada. É uma escolha por méritos.
Escolhido Jardine, na falta de um treinador de perfil ideal, ou seja, experiente, vencedor e atualizado, vamos até o fim do ano com ele. Em Dezembro muitas coisas acontecem no mundo do futebol e o clube terá oportunidade de escolher outro bom profissional. Até lá, que todos apóiem o escolhido, diretoria como um todo, jogadores e torcida. A unidade traz sinergia e esta trás as conquistas.
Eu lamentei perder Patón, claro, apesar dos números do treinador, que conseguiu 18 vitórias e 18 derrotas pelo tricolor paulista. Mas devemos salientar e pensar em duas coisas diante destes números: O SPFC foi bem na libertadores e disputou esta competição em paralelo com Paulistinha e Brasileiro, onde tivemos a maioria das derrotas. Portanto, a análise dos números não é absoluta, é relativa neste caso em minha opinião. Além disso, caímos na libertadores, em minha avaliação, por falta de reservas a Ganso e Kelvin, coisa que obrigou o treinador a mudar a maneira de jogar do time, já que um volante atuou na vaga destes jogadores. Uma coisa lastimável.
Quem sabe após o mundial o bom treinador do Atlético Nacional vem ao SPFC?
Salve o tricolor paulista, o clube da fé.
Carlito Sampaio Góes
Carlito é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.
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