Após um período de afastamento, retorno às atividades como colunista da SPNet – O Termômetro da Torcida Tricolor. O retorno se deve principalmente à respeitável tradição histórica deste site, fruto de árduo trabalho de colegas que empenharam legado de pesquisa e à amizade com Artur Couto, única e valorosa resistência do período inaugural. Árduo também é o trabalho de formiguinha realizado pela gestão de futebol, sob batuta de Raí Souza Vieira de Oliveira.
Não bastasse sacudir a gaveta do Barcelona, em 1992, alçando o São Paulo ao patamar mundial inatingível, mais uma vez Raí oferece todo o seu talento, desta vez em gestão administrativa. Conforme dito por mim, desde a negativa do clube em investir na sua carreira de administrador, logo após a aposentadoria, o jogador resolveu estudar por conta própria e consegue oferecer na prática os seus conhecimentos adquiridos. Quem faz apontamento sobre as benesses trazidas pelo diretor de futebol ao clube é o economista César Grafietti, diretor de crédito do Itaú BBA e responsável por estudo voltado à análise econômico-financeira dos clubes brasileiros.
Em entrevista ao site Gazeta Esportiva, reproduzida por outros portais como o Terra, o analista destaca a importância de Raí. Segundo ele, “a reestruturação do São Paulo passa diretamente pelo executivo de futebol Raí”. Especialmente por aprimorar os recursos financeiros na gestão de futebol, utilizando conhecimentos adquiridos no seu diploma
Uefa. Logo em sua chegada, Raí realizou encontros com diversos departamentos do clube para saber onde seriam necessários investimentos com equipamentos de excelência e quais recursos seriam desnecessários.
Este árduo trabalho realizado pelo executivo de futebol ajuda o São Paulo a voltar ao comando econômico do futebol brasileiro, na caça de Palmeiras e Flamengo – mesmo sem ter um patrocinador forte como aquele ou verbas de TV tais como este. Em 2019, após contratações mais modestas de acordo com o perfil do treinador no ano anterior, o São Paulo amplia o poder de investimento (terá cerca de R$ 60 milhões como previsão orçamentária para supostas contratações) e espera melhorias no quadro geral com a quitação da dívida bancária no próximo ano.
FORTALECIMENTO DO ELENCO
Ainda que a diretoria executiva de futebol tenha realizado árduo trabalho de 2018, saindo de um quadro de meio de tabela no ano anterior para uma classificação na Libertadores, o torcedor do São Paulo espera bem mais na próxima temporada. O fato de ter conquistado o último título em 2012 (Sulamericana) pesa sobre a tradição histórica da equipe, e permanece a busca incessante pelo caneco.
Os primeiros passos para fortalecimento do elenco já foram dados. O
centroavante Pablo chegou do Athlético Paranaense por R$ 6 milhões de euros, após ser disputado por Palmeiras (de forma mais branda) e Flamengo. Desse valor, o São Paulo pagará parcelas que chegam ao montante de R$ 2 milhões de euros, em 2019, não comprometendo o orçamento deste ano. Acertou ainda o retorno do meio-campista
Hernanes, em definitivo, por R$ 3 milhões de euros.
Para reforçar principalmente a marcação nas laterais, onde detectou falhas no elenco, a gestão de futebol trouxe os laterais Igor Vinícius e Léo Pelé. O primeiro estava na Ponte Preta e o segundo no Bahia. Se destacam mais pelo poder de marcação, e por serem jogadores de força. Léo é marcado pela habilidade, mas ainda peca nos cruzamentos. Para tentar corrigir uma carência histórica, ainda, chega o goleiro Tiago Volpi, um dos destaques do futebol mexicano nos últimos anos, tendo atuado pelo Querátaro.
Outro importante acontecimento é a venda do zagueiro Rodrigo Caio. Para este colunista, um atleta subvalorizado pela torcida do São Paulo. Criou-se uma mística por parte da torcida de que com “ele em campo o time perdia”. Sentimento passional, dado o fato de estarmos falando de um esporte coletivo. Vi isso ocorrer com atletas como Edmílson, Marcelinho Paraíba e até Rogério Ceni, que deram a volta por cima dentro do próprio São Paulo. E de outros como Casemiro, que brilharam posteriormente na Europa. Mas o fato é que a venda de Rodrigo Caio, prestes a ser concretizada junto ao Flamengo, dado o cenário de instabilidade criado junto ao torcedor, foi muito bem feita. A
informação dos jornalistas Sormani e Mauro Cézar Pereira é de que seriam R$ 5 milhões de euros (22,2 milhões de reais) por 50% dos direitos econômicos do jogador. Um valor razoável diante das tentativas frustradas em transações europeias, que ainda seriam
possíveis no futuro em que se reserva parte do percentual. Excelente tacada da gestão de futebol.
Saiba-se que ainda não é suficiente. Para um fortalecimento mais adequado do elenco do São Paulo seria necessário a contratação de mais um volante/armador de chegada. Foi especulado o nome do meio-campista Rodriguinho, o que seria considerado uma contratação ideal, inclusive diante da previsão orçamentária. Nesse caso, não caiam em novas superstições, como o fato dele ter jogado em um rival; esportivamente seria uma excelente contratação. Outro nome poderia ser o de Thiago Mendes, que pediu pela imprensa pra retornar. Um ponta de velocidade completaria melhor o elenco; uma pena a negociação frustrada com Marinho e mesmo com Luan (Grêmio, este mais pelo talento).
São as peças faltantes para uma perfeita engrenagem.
Contato: @RealVelame ou [email protected]
Alexandre Velame é Jornalista e Advogado, são-paulino há quase três décadas e usuário da SPNet desde 1997. Escreve nesse espaço aos domingos.
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Feliz Ano Novo Velame!!!
Muita paz, saúde e equilíbrio…
São os votos do LG e família