Vi o primeiro jogo das finais com bom resultado para o tricolor e sempre achei que se o SPFC fez 3, o adversário também podia fazer num outro jogo. O meu irmão ficou supercontente com a vitória no jogo em casa pelas finais e em certos momentos achava que o placar não poderia ser revertido. Eu o lembrei que muitas vezes vimos isso na história, aqui no Brasil e na Europa. Mas em minha opinião, isso não é o mais importante. Claro que perder é ruim, mas não temos só coisa ruim para falar deste SPFC de 2022.
O “jogo” da final acabou 5 x 3 e o adversário é o melhor time da América faz 2 anos seguidos. Gente, ganhar duas vezes seguidas a libertadores mostra muita coisa e precisamos usar a cabeça, não só o coração. Ao contrário deles, que vivem a melhor fase, o SPFC tenta sair da sua pior fase da história. Se trabalhar corretamente e fazer a lição de casa é importante, o SPFC tem muito a fazer ainda antes de pensar que pode vencer os melhores.
Eu estava lembrando que faz muito pouco tempo, dentro do paulista, o SPFC ficava já nas quartas eliminado por um clube pequeno do interior. Neste ano o tricolor eliminou os pequenos, eliminou o Corinthians e venceu bem o jogo em casa contra o melhor. Isso não é pouco. Assim como venceu o campeonato de 2021.
Em minha simples visão, o caminho está traçado e a lição de casa sendo feita. O que fazer agora? Continuar a trabalhar para levar o clube de volta ao seu lugar. O trabalho só começou. Há muito, mas muito mesmo, a ser feito. A comissão técnica junto ao coordenador do departamento de futebol está fazendo a avaliação do trabalho e do elenco e deve propor alguma novidade, isso já foi comentado por eles.
Faz pouco tempo perguntei ao Júnior, meu irmão, e ao Maurício, meu primo, se o pior setor do time era a zaga. O Goleiro também pode ser melhorado? O famoso jogador de velocidade para o ataque precisa ser contratado? Um camisa 10 precisa ser contratado? Eu prefiro não fazer julgamento de torcedor, prefiro que os caras que sabem do riscado e trabalham pelo SPFC façam esta avaliação e, na medida do possível, na medida do tamanho do cofre tricolor, façam o trabalho de melhorar o que vem sendo feito.
No futebol, como em todo setor profissional, vale o dinheiro, a capacidade de investimento, e a qualidade do trabalho. Se isso é verdade, o clube tricolor tem muito o que fazer, e tenho fé que continuarão a fazer o que só estão começando.
Eu andei escrevendo aqui neste espaço que alguns dos jogadores julgados importantes e outros recém-contratados ainda não estão em forma, casos de Patrick, Sara, Nikão, Miranda, Luciano e Rigoni, para citar os principais. Será que a zaga Diego e Leo é melhor do que a zaga Arboleda e Miranda? Na entrevista coletiva após o primeiro jogo da final, RC revelou uma conversa que ele teve com o Felipe Luis lateral do Flamengo. Nesta conversa, o lateral, que tem longa carreira ao lado de grandes treinadores, disse ao nosso treinador que ele deveria focar mais na defesa, que o ataque do time dele estava bem. Talvez RC, um treinador ainda jovem, possa rever alguns conceitos sobre o sistema defensivo dos times que ele treina.
Vamos acreditar no trabalho que está sendo feito, de apostar na base e trazer poucas peças, e seguir em frente, não há melhor opção a um clube endividado do que o caminho atual, que sempre pode ser aprimorado, como tudo na vida. Num campeonato onde os times da primeira prateleira estiverem nosso mais querido terá mais dificuldade do que normalmente já existe dentro deste esporte de resultados imprevisíveis. O SPFC hoje é dos bons times da segunda prateleira e nele o clube terá boas chances de conquista. A Sul-americana está aí e nela só há clubes que nosso mais querido pode enfrentar em igualdade de condições. Sejamos realistas em tudo na vida.
Salve o tricolor paulista, o clube da fé.
Carlito Sampaio Góes