Além das 4 linhas – A final

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Foi uma batalha como nos velhos tempos de SPFC em Montevideu o primeiro jogo das oitavas de finais. Um gramado ruim, pressão de todo tipo dentro e fora de campo com um adversário que “brigou” do início ao fim. Tem o lado bom e o lado ruim disso tudo.

O lado ruim foi não ter visto o SPFC criar nada. O foguetório feito pela torcida adversária na noite anterior não deixou os caras dormirem? Falar que nosso goleiro não fez defesas é uma verdade parcial, pois as chances criadas pelo adversário foram em bom número. O sistema de jogo 4.2.4 de Zubeldía faz o meio ficar menos ocupado e isso deixa o adversário com espaço. Por outro lado, o elenco não tem volantes para o treinador escalar neste momento, já que Marcos ainda trabalha a forma física e os dois melhores estão no DM. A vinda de Thiago Mendes é mais do que importante, é crucial em minha opinião. O Nestor e o Michel não atletas que fazem bem a função de terceiro homem de meio e não a função de segundo ou primeiro.

Nesta linha de raciocínio a gente pode observar o que ocorreu com o desempenho em campo após a saída do atacante Luciano e a entrada do meia Rato em Montevideu. O time cresceu, e cresceu por Rato fazer mais a função de ocupar espaços no meio, ter mais força física e velocidade. Como do outro lado o Zubeldía sacou o Nestor e escala sempre o Ferreirinha, o time perdeu força no meio, pois trocou uma peça que faz a meia por uma peça que faz o ataque. Considerando que Alisson é bem melhor do que Bobadilla, o meio de campo ficou mais frágil e isso não é bom. Tudo bem, o paraguaio vem crescendo, mas talvez para este tipo de partida o treinador tenha que rever a escalação inicial. Confesso que sou adepto do futebol seguro, como sempre escrevi aqui, gostava do time do Dorival por isso, assim como gostava de times do tricolor que jogavam de forma a não se arriscar e matar de forma cirúrgica o adversário. São maneiras de ver o futebol, prefiro o time do Ancelotti ao time do Guardiola. O time do Telê de 92 era mais seguro do que o time do Telê de 82.

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Voltando ao momento atual, o resultado foi a melhor coisa desta partida e isso por si só valeu muito para dar certa tranquilidade para a partida que será jogada no Morumbis. E como frisei, o jogo será jogado, ou seja, veremos 90 minutos de muita dificuldade pela frente em minha opinião. Times de tradição e uruguaios são sempre muito difíceis. Isso é Libertadores.

Minha conclusão após todas as partidas do tricolor é que Luciano deveria dar lugar a Rato para iniciar todas as partidas. Talvez Zubeldía faça o oposto, inicie com Luciano e coloque Rato no segundo tempo. Até o momento prefiro o time do Dorival ao Time do Argentino, justamente por ter jogadores fazendo o meio de campo mais compacto e deixando Lucas onde ele mais rende. Com a contusão do Ferreirinha a gente pode ver um time diferente com a entrada do Nestor ou mais parecido com a entrada do Rato na direita e o Lucas indo jogar na esquerda.

Eu pretendo estar no Morumbis na próxima quinta feiras para ver este jogo histórico. Jogos de mata ou morre são especiais.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes