Além das 4 linhas – Reflexão

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Na reflexão passada falei mais uma vez que não sou fã do Luciano e reclamei do camisa 10 por não jogar bem nas duas mais importantes partidas do ano. Ele agora pode calar minha boca no jogo da volta, estou louco para isso acontecer.

Horas depois da partida de quarta-feira passei a pensar um pouco mais no assunto e o leque foi se abrindo em minha cabeça. A primeira coisa foi reconhecer uma má fase do atleta e que ele poderia sim estar no banco enquanto a má fase não passa ou entrar sempre nos minutos finais de cada partida, enquanto outro atleta em melhores condições inicia as partidas. Realmente isso poderia ser um bom caminho caso o treinador tivesse opção no banco, mas com Ferreirinha machucado e para manter o esquema usado atualmente, Erick e Willian são as opções, atletas de nível inferior e que vão acabar não sendo utilizados. Para escalar Nestor e Michel, que são meias e não atacantes de lado, o esquema teria que ser adaptado às novas peças.

A principal diferença entre Zubeldia e Dorival está no esquema de jogo e consequentemente nas peças escolhidas. Ainda tenho dúvida se Rato será titular no lugar do Luciano quando Ferreira voltar. Assim como Nestor, o “cara” das finais da copa do Brasil 2023, jamais voltou ao time com o novo treinador. Trata-se da escolha por time mais agressivo do atual comandante. Já declarei aqui que prefiro o esquema mais cauteloso de antes. Para mim, Luciano e Ferreira seriam ótimas substituições para quase todo segundo tempo de todas as partidas, assim como Igor Vinícius e Marcos Antônio por exemplo, além de Erick.

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Eu não estou responsabilizando alguém pela derrota, longe disso, apenas refletindo sobre as opções do treinador atual e passado. Os jogos de futebol repetem a vida e muitas coisas podem acontecer nas partidas, como a cabeçada que Lucas desperdiçou um minuto antes do gol mineiro que teria alterado totalmente a situação. Numa partida de futebol tudo pode acontecer e vitórias e derrotas são normais em qualquer situação que estiver o clube. Quando o SPFC chegou à terceira final seguida da libertadores em 1994 eu estava no estádio e um penal desperdiçado por um dos melhores jogadores do time mudou o destino. Eu dava o favoritismo ao nosso clube na época, mas aconteceu uma derrota triste em casa. Coisas do futebol, que repito, é espelho da vida e carrega boas e más surpresas.

O Zubeldía, quando chegou, fez a parte dele, escalou o melhor que ele tinha disponível dentro das convicções que ele tem, ou seja, escolheu um novo esquema e depois as peças para executar. O time funcionou com outras peças e outro esquema, apesar de não ter um retrospecto tão positivo quando jogou contra os melhores do Brasil pelo BR. Infelizmente ele não tinha o ponta esquerda titular na última partida e o elenco não dispõe de opção a ele. Rato voltou na direita e Lucas foi para a esquerda. O time ficou bem diferente assim, pois nenhum dos dois caras que jogam do lado de campo são agudos como Ferreira. Na prática o time fica menos agressivo na frente e não ganha competitividade no meio de campo. Penso que o treinador ficou meio sem saída, pois não consegue ter um time forte na frente como ele gosta e não ficou com um time forte no meio de campo.

Como não há dinheiro para no curto prazo a diretoria entregar ao treinador um substituto para Ferreira, como fez o Flamengo, cabe ao treinador montar o melhor time com as peças que tem em mãos. Este elenco foi quase todo montado por Dorival Júnior, ou seja, Ferreira e Erick seriam opções para mudança de esquema em relação ao time titular que ele levava a campo. Luciano era reserva de Lucas. Aí eu pergunto: Como hoje não tem Ferreirinha, um outro esquema deveria ser adotado? Parece que ao contrário de Dorival, Zúbis não gosta de ter dois esquemas, mas vai morrer abraçado com ele tendo peças para mudar? A conferir.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes