John Textor pegou um Botafogo sem a menor condição de disputar qualquer taça contra os gigantes do nosso futebol. Fez seu trabalho demonstrando capacidade, organização e faro.
Em apenas dois anos levou a estrela solitária ao topo da América dando show. Em 2023 disparou no brasileiro e não ficou com a taça graças à saída do bom treinador português que tinha. Levou uma surra nos meses finais e perdeu a taça. Em 2024 aprimorou o bom trabalho e conquistou o que de mais importante podia fazer. Gente, em dois anos os caras já fizeram o que muitos levaram a vida e não conseguiram. A diferença entre clube e empresa é maior do que podíamos pensar.
A conclusão óbvia é que nosso futebol é amador para dizer o mínimo, ou seja, para quem quer fazer uma boa gestão tá fácil, o Brasil é um lugar com muito campo para prosperar no âmbito do futebol. Federações são corjas que nos levam ao buraco graças a tudo de errado que fazem. Como em quase tudo que ainda não entrou no primeiro mundo e está no Brasil, nosso futebol está decadente há anos justamente por conta desta gente que suga e nada devolve, apenas entrega a falta de conhecimento que escancaradamente possuem.
O mesmo se pode dizer dos clubes, verdadeiros centros da incapacidade e da má fé de gente que mama às custas do fanatismo de muitos que não podem pagar ingresso e o fazem por paixão cega, surda e muda. Nossos clubes ficarão na história como exemplo do que não fazer se quiser ser vitorioso. Claro, o SPFC está dentro disso e nas poucas vezes em que conseguiu se safar dos gananciosos sem escrúpulos e capacidades, ganhou taças.
Nosso querido tricolor está perto de sair do porão escuro e mofado para brilhar na cobertura. Como sei disso? Pelo simples motivo da concorrência fazer. Esta é a maravilha da economia de mercado, ou seja, se uma organização não acompanha seus concorrentes, ela morre.
Portanto, como escrevo aqui neste espaço há anos, podem comemorar a fuga tricolor das garras dos incompetentes.
A primeira leva de clubes que viraram SAF foi a dos muito endividados e que não tinham outra alternativa imediata. A segunda leva será dos saneados e com boas perspectivas. A última leva, onde talvez entre o SPFC, será de gigantes com muito patrimônio, caixa saneado e torcida enorme. Caso o SPFC consiga fazer a lição de casa, um grande grupo internacional assumirá a gestão em breve e fará tudo mudar para melhor.
Como sempre escrevi aqui, clubes são como estatais, quem mama não quer perder a boquinha. Mas diferente de estatais, que ainda resistem graças a outros fatores, como reserva de mercado, os clubes estão morrendo e a SAF significa a salvação, basta saber fazer. Em resumo, um bom contrato estabelece as condições e se não for seguida quem assumiu perde o controle, simples assim. De novo, é contra quem mama ou quer mamar. Pode ser que seja contra por falta de conhecimento do que seja uma “privatização”.
Salve o tricolor paulista, a empresa da fé no trabalho.
Carlito Sampaio Góes