Além das 4 linhas – Calma nesta hora

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O SPFC de Zubeldia venceu fora de casa duas vezes nesta libertadores e empatou de forma bizarra em casa contra adversário fraco. Estas são as 3 partidas do ano na liberta e que agora, após vencer no Paraguai, causa certa euforia em parte da galera.

Tá certo, os tempos são duros e vencer fora de casa em campeonato importante é muito bom, mas tenhamos calma e frieza para pensar o momento. O elenco do tricolor é tão curto que se Ferreirão se machucar um menino que foi reserva na copinha 2025 terá que assumir a ponta direita neste momento. Simplesmente não há primeiro volante apto a jogar agora e talvez isso explique a facilidade que teve o adversário para chutar a gol no jogo no Paraguai.  

Como sempre foi comentado por quem gosta do SPFC, com o time ideal em campo o tricolor pode fazer boa campanha. Acontece que o “time ideal” não joga junto faz tempo. Luciano que começou o ano sendo pedido pela torcida no time principal ao lado de Oscar, Lucas e Calleri hoje é reserva de um menino na meia direita. Como não tem a velocidade necessária para jogar pelos lados, graças ao esquema, vai amargar banco e ficar dando chilique. Jogando com a camisa 9 ele nunca teve destaque na carreira, apenas como segundo atacante, o que não é o caso neste esquema atual, como não foi com Dorival, ou seja, Luciano está perdendo espaço. No jogo de quarta feira errou muito, mas deu bons passes.

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O “time ideal” de alguns tem agora o André de 9, Ferreirinha de 11, Oscar de 10 e Lucas de 7. Eu quero ver este time jogar para poder ter a certeza de que Lucas pode acompanhar laterais como Ferreirão faz para ajudar atrás. Digo isso pela ausência do Pablo Maia, o cara que protege a zaga e faz falta demais. O Marcos Antônio, que melhorou muito, é segundo volante, assim como Alisson, ambos não dão a segurança de um primeiro volante de origem. O Luiz Gustavo é um bom e velho primeiro volante, não segura o rojão em minha opinião em jogo grande por 90 minutos.

Ferreirinha voltou a ser o cara que saiu contundido ano passado e fez falta nos jogos mais importantes. O André está bem e fazendo gols, o acho mais veloz e com mais mobilidade do que Calleri, coisa que tem ajudado no crescimento do time, podem apostar. Falta o ver com mais frequência em jogos grandes. A volta do Lucas e do Oscar está próxima e isso vai ajudar.

Antes da partida de quarta feira eu conversava com meu primo Maurício sobre a fila dos moleques de Cotia. Quando todos achavam que seria o Ryan o primeiro, o Alves e o Ferreirão passaram na frente e ficaram “prontos” para jogar no profissional. Este é um dos momentos mais difíceis da carreira de um atleta, ou seja, deixar de ser menino e ser homem. Muitos ficam nesta etapa. Isso também não quer dizer que os dois  já sejam uma “realidade” como se diz, muita coisa ainda vai acontecer antes que eles sejam no profissional o que já demonstram ser na base.

Bom, o time vem crescendo e enfrentando times pequenos com certa força. É um bom sinal e nos passa confiança para irmos com fé para as fases mais difíceis.

Concluindo, eu tenho dúvidas se o esquema e as peças do “time ideal” podem ser páreo para os grandes adversários da libertadores e da copa do brasil. Dias atrás li que o Ferreirão tem na força física seu destaque, ou seja, ele marca e rouba muita bola, aliás, roubar a bola é uma característica dele. Isso é muito importante dentro do esquema. O Ferreirinha também faz isso na esquerda. Isso é fundamental. Pode Lucas fazer isso e ajudar o time neste “futebol total” que se joga hoje em dia?

Escrevo esta conclusão com dúvidas sobre o esquema 4.2.4 que gosta o Zubeldia. Mesmo a distribuição em campo sendo mais para um 4.2.3.1, os 4 da frente não possuem características de marcação e isso coloca nossa defesa muito exposta ao adversário, pois o SPFC perde o meio de campo para os times fortes. Com Dorival a linha de 3 tinha Rato, Lucas e Nestor, atletas de lado que ajudam muito o meio e a defesa. Eu sou dos críticos ao Zubeldia por esta razão, pelas peças e pelo esquema, não tem nada pessoal.

Salve o tricolor paulista, a futura empresa da fé.

Carlito Sampaio Góes