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Técnico usa seu exemplo no tratamento com atletas e diz preferir a verdade sempre. Dirigentes admitem dois meses de débito, mas Souza nega influência disso no campo
O técnico Muricy Ramalho, do São Paulo, falou sobre o atraso no pagamento dos direitos de imagens de alguns jogadores, depois da derrota por 1 a 0 para o Corinthians, neste domingo, no Morumbi. Nos bastidores, dirigentes do clube admitem dois meses de débito com parte do elenco, mas existe a promessa de que tudo será resolvido até terça-feira.
Na opinião do comandante, é preciso ter transparência para tratar de assuntos como esse. Ele usou seu próprio exemplo no tratamento com os jogadores para sugerir clareza na questão.
– Estou há 40 anos no futebol: tem de dizer a verdade, se não gera especulação. Eu trato assim os meus jogadores. É a minha maneira de ser. Não sei dar voltas. Tem de ser direto. Se você promete algo para o jogador é complicado. Precisa esclarecer que é melhor. Todos os clubes estão passando por dificuldade. E aqui ninguém está cobrando nada, porque acontece. É um clube que nesse sentido é tranquilo. Mas é bom esclarecer as coisas. É muita especulação. Quando tenho algo para falar, não escondo – afirmou.
O volante Souza também foi questionado sobre se o atraso no pagamento dos direitos de imagem tem alguma influência no rendimento do time dentro de campo.
– Nenhuma. Sinceramente, o jogador que falar que o atraso está atrapalhando é mentira. Óbvio que todos querem receber em dia, mas isso não muda em nada a nossa vontade de ganhar e vencer em campo. Podem cobrar o que for. Pelo menos hoje, não podem falar que faltou vontade – disse o volante, também em resposta aos protestos dos torcedores sobre falta de raça.
A crise financeira enfrentada pelo São Paulo teve efeitos fortes em setembro do ano passado, quando funcionários foram demitidos. O clube projeta déficit de R$ 53 milhões para 2015.
Sem patrocinador máster para o uniforme desde o fim da Copa do Mundo, o São Paulo corre atrás de parceiros para fazer caixa e minimizar o prejuízo. Um já confirmado é a Under Armour. A empresa será fornecedora de material esportivo por cinco anos, rendendo R$ 27 milhões por ano. Esse valor é composto da seguinte maneira: R$ 15 milhões em dinheiro e R$ 12 milhões em material esportivo. O acordo ainda prevê o pagamento de bônus em caso de títulos conquistados