Fonte: Blog do Vitor Birner
Foi uma bela atuação, a melhor da temporada, do time de Oswaldo de Oliveira.
Superior em tudo, poderia ter feito 2 ou 3 gols a mais.
Aproveitou o erro de Ceni para fazer o gol no início e ganhar moral.
E o de Rafael Tolói, pouco depois, para controlar o jogo e dar um vareio.
Marcou melhor, ganhou o meio de campo, atacou mais, teve maior posse de bola e repertório ofensivo.
Criou oportunidades de ambos os lados, no centro, e em cruzamentos e contra-ataques.
As expulsões de Tolói e Michel Bastos foram merecidas.
Dudu deveria ter acompanhado o zagueiro.
A vitória em clássico aumenta a confiança da torcida e elenco do Alviverde.
E pode implementar uma crise no CT da Barra Funda.
Ceni entrega, Tolói piora e Robinho acerta
O Palmeiras, com dificuldades de criação nos últimos jogos, contou com a dupla-falha Rogério Ceni para fazer 1×0.
Robinho, aos 2 minutos, encobriu o veterano após dele receber a bola e vê-lo retornar lentamente, perdido, para tentar a viável intervenção.
Cinco minutos após o recomeço, Tolói tomou a cotovelada de Dudu, correu atrás do palmeirense, passou o pé nele e foi corretamente expulso.
Os erros do goleiro, zagueiro, que deveria ter pensado no time em vez de reagir, e do árbitro, que de fato não viu a outra pancada na jogada digna de excluído, e o êxito do meia-volante, tornaram o dérbi muito interessante para o Alviverde.
No 4-2-3-1, com Rafael Marques e Dudu pelos lados do trio de criação, o autor do gol entre eles, Cristaldo à frente, e Gabriel e Arouca atrás, tomou conta do meio de campo e perdeu oportunidades, a melhor com Tobio, de mexer no placar.
As tentativas de Muricy
Muricy, que havia recuado Hudson para perto do zagueiro Lucão a zaga e Paulo Henrique do volante Denílson, ao notar o vareio na região central, tirou Pato e pôs Edson Silva para o substituto de Souza e o meia voltarem a fazer as funções que preferem.
O 4-4-2 passou a ser o 4-4-1. O técnico, temeroso pela irregularidade de Pato e Ganso na marcação, preferiu manter o participativo pivô em vez do inconstantes e mais veloz na frente.
Sabia que precisaria de lançamentos longos, pois Oswaldo de Oliveira não costuma pedir para seus times recuarem, e o São Paulo, com um jogador a menos (4×5 no meio de campo), tendia a perder a disputa naquela região do campo.
Os lançamentos longos para o atacante com Tobio e Vitor Hugo forçando o choque exigia alguém mais forte na parte física na frente.
Palmeiras foi muito superior
Em seguida, Dudu puxou o contra-ataque, tocou para Robinho, o passe impreciso passou pelo companheiro e por Edson Silva, e Rafael Marques, livre, fez a torcida explodir de alegria na arena palestrina.
O Alviverde manteve a superioridade até o intervalo, tal qual a lógica sugeria, porque foi superior no meio de campo.
Caiu um pouco de rendimento e ainda assim criou mais.
O São Paulo, irritado consigo e com o árbitro, passou a provocar, creio, para tentar cavar o cartão vermelho para algum adversário.
Troca correta e ineficaz
Centurión entrou no lugar de Ganso.
O treinador trocou a cadência inexistente que o meia em tese poderia ditar para aumentar a velocidade e a força de marcação.
O argentino ficou jogou entre o ataque e o meio-campo, do lado oposto ao Michel Bastos, com Denílson e Hudson centralizados.
Passeio no Allianz Parque mantido
Não foi o suficiente para impedir o Palmeiras continuar aproveitando o jogador a mais no campo.
Zé Roberto, na lateral, apoiou mais e fez o cruzamento para Rafael Marques, aos 7, de primeira, finalizar com perfeição e comemorar de novo.
Carlinhos deveria marcá-lo, mas ‘fechou para perto dos zagueiros e permitiu ao adversário chutar com liberdade.
Oswaldo de Oliveira tentou otimizar ainda mais o sistema ofensivo ao optar por Gabriel Jesus no lugar do Cristaldo.
O jovem parece melhor que o hermano tecnicamente. Não tem a malandragem e a força física dele, e ao menos a primeira adquirirá jogando.
Ganhou o direito de participar de meia hora de um clássico resolvido, mas não brilhou.
Poderia ter forçado mais
O time preferiu trocar passes, inverter o jogo e esperar aparecer a brecha no sistema de marcação do São Paulo para fazer outros gols ao invés de forçar os ataques.
Manteve a enorme superioridade, mas poderia ousar mais arriscando lances pelos lados e dribles e tabelas contra os laterais adversários.
A irritação de Michel Bastos
Além de tudo que citei no post, o meia deve ter ficado irritado com o toque de bola palmeirense.
Seu time não conseguia retomá-la e ele deu o carrinho, com a chuteira levantada, na direção dela e de Arouca.
Exagerou na forma, apesar de não querer acertar o adversário.
Nos critérios do paulistinha, é lance para cartão vermelho e por isso o São Paulo ficou com 9 em campo.
Alan Patrick, que precisa readquirir ritmo de jogo, foi colocado no lugar de Robinho