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Guilherme Palenzuela
Do UOL, em São Paulo
- Nathan, meia do Atlético-PR e da seleção sub-20, tenta deixar o clube
Pouco mais de cinco anos depois de ver Oscar deixar o clube ao entrar na Justiça, o São Paulo agora pode protagonizar o lado oposto de um caso parecido: o meia Nathan, de 19 anos, integrante da seleção brasileira sub-20, pode sair do Atlético-PR de forma semelhante nas próximas semanas e partir para o Morumbi.
Nathan assinou, aos 16, um contrato de três anos com o Atlético-PR, que se encerra no fim deste mês. Segundo o Atlético-PR, no acordo de vínculo consta uma cláusula bilateral que, se exercida por uma das partes, obriga clube ou jogador a prorrogar o contrato por mais dois anos. O Atlético-PR exerceu a cláusula, e Nathan não aceitou. O clube, então, foi à Justiça e agora tenta assegurar por meios legais que o atleta não saia em abril, sem qualquer indenização.
O São Paulo observava a situação, interessado no jogador. Nas últimas semanas, as conversas sobre Nathan se intensificaram – quatro pessoas ligadas ao futebol do São Paulo admitem o interesse. Diretoria de futebol e o próprio técnico Muricy Ramalho tratam sobre o nome em reuniões semanais e já falam até sobre as funções que o jovem poderia desempenhar na equipe: meia central, como Paulo Henrique Ganso, ou ponta, como Michel Bastos e Centurión.
A segunda audiência sobre o caso está marcada para a próxima quinta-feira, dia 26. Se a decisão for favorável a Nathan, o meia estará livre no dia 31 – fim de seu atual contrato – para assinar com qualquer clube.
Pai e empresário do meia, José Carlos de Souza não admite negociação com o São Paulo, mas diz que não está disposto a ver o filho no Atlético-PR a partir de abril. Recentemente, ele foi à Europa para buscar interessados pelo meia.
“A principio ele tem alguma proposta. De São Paulo, eu não sei. Eu estive na Europa procurando proposta para o Nathan, a gente não está se acertando mais. Eu estive procurando sete ou oito clubes. O que chega ao Atlético-PR, o Petraglia não passa”, disse, ao UOL Esporte.
José Carlos de Souza se refere ao presidente do clube, Mario Celso Petraglia. O dirigente não está disposto a perder uma de suas principais revelações. Coincidentemente, coleciona desavenças com o São Paulo, tendo como principais casos as discussões sobre a final da Copa Libertadores de 2005 e a transferência do atacante Dagoberto, dois anos depois,
O São Paulo não desistirá de Nathan caso o Atlético-PR obtenha vitória na Justiça e consiga renovar o contrato por mais dois anos. Livre ou ainda com contrato, o jovem é alvo do clube do Morumbi para reforçar o elenco ainda em 2015. Nathan é um meia ofensivo de boa finalização, que se destaca tanto por concluir como por armar jogadas.
As diferenças essenciais entre o caso de Nathan e o caso de Oscar, hoje no Chelsea (ING), são modelo de contrato e ordem dos fatores: Nathan não tem um “contrato de gaveta”, como Oscar alegou que tinha com o São Paulo, mas sim uma cláusula de prorrogação prevista no acordo. É o Atlético-PR que foi à Justiça para se defender, enquanto no outro caso foi Oscar quem procurou meios legais para invalidar o contrato que tinha com o São Paulo.