UOL – Guilherme Palenzuela
O vice-presidente de futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, comandará a partir da reunião com Muricy Ramalho – feita na tarde de quinta-feira – uma série de conversas individuais com cada jogador. A intenção é ouvir de cada atleta quais são os problemas do departamento de futebol do clube que impedem que o time desempenhe o rendimento esperado em 2015. Gil Guerreiro quer ouvir, com clareza, o que incomoda cada um.
A derrota por 3 a 0 contra o Palmeiras, no Allianz Parque, foi avassaladora para o São Paulo. O próprio vice de futebol tricolor admitiu que o resultado e a forma como o placar se construiu fizeram desta derrota mais dolorosa do que as duas contra o Corinthians, o outro rival. Dói, como um todo, o fato do São Paulo ser inofensivo em clássicos – três derrotas e um empate, e nenhum gol marcado, em 2015.
Quem está no futebol do São Paulo e vivenciou o dia de reunião de Ataíde Gil Guerreiro com Muricy Ramalho afirma que o vice de futebol não quer mais reuniões coletivas porque já foram feitas três nesta temporada e não houve amostras de que o time entendeu quais são as próprias deficiências que precisa corrigir. Nas conversas com o dirigente, que promete “olho no olho” e palavras duras, cada atleta são-paulino será questionado sobre aquilo que quer no São Paulo, além de ser convidado a citar os problemas que vê. Desta forma, Gil Guerreiro espera encontrar os jogadores menos inibidos para falar sobre assuntos nos quais poderiam não tocar coletivamente – como, por exemplo, críticas à metodologia de trabalho do próprio Muricy Ramalho.
“Acertei com o Muricy e vou ter uma conversa individual com cada jogador. Não é hora de sentar todo mundo na sala. Chegou o momento que a cobrança será dura, incisiva, em cada jogador. Quero ouvir o que cada um pensa sobre o nosso momento. Para saber o que está acontecendo, precisa ser olho no olho, enfrentando seja o que for”, falou Ataíde.
As pessoas que trabalham no CT da Barra Funda citaram que Muricy Ramalho estava abatido de maneira incomum. O treinador demonstrou o mesmo desapontamento já na entrevista coletiva no estádio palmeirense, minutos depois da derrota. Na reunião, no entanto, Muricy não pediu demissão e não teve de ser demovido da ideia de deixar o São Paulo. O técnico falou, como já havia falado publicamente, que não se sentiria ofendido caso tivesse de deixar o cargo. Este tema durou pouco, no entanto. A reunião foi para consertar os problemas do São Paulo, e não discutir o trabalho do próprio Muricy.
Participaram do encontro, também, o gerente de futebol Gustavo Vieira de Oliveira, o auxiliar Tata e o coordenador Milton Cruz. Houve momentos, porém, discutidos apenas entre o vice e o treinador.
Além das conversas com cada jogador, o vice-presidente terá encontros primeiramente com o zagueiro Rafael Toloi e o meia Michel Bastos, expulsos por agressões no clássico. Dependendo da conversa e do que ouvir, o dirigente poderá multa-los financeiramente. A tendência, segundo o departamento de futebol, é que as punições aconteçam – assim como aconteceu com Luis Fabiano, quando expulso pela Copa Sul-Americana, em 2014.
Faz a faxina, tira a poeira das carniças, dispensa o Mum-ra e o Pipoca e demite o asno
É, precisa conversar, principalmente com o Rogério Ceni, o Luis Fabiano e com o Ganso.