LanceNet – Bruno Grossi
Por decisão da comissão técnica do São Paulo, Rogério Ceni será poupado do confronto com a Portuguesa, marcado para as 22h desta quarta-feira. Dessa maneira, Renan Ribeiro, terceiro reserva até pouco tempo e no clube desde 2013, defenderá o Tricolor pela primeira vez na carreira. E o goleiro de 24 anos será apenas o nono suplente a atuar desde que o Mito assumiu a meta titular do clube do Morumbi, em fevereiro de 1997.
O primeiro a encarar o banco de reservas diante da regularidade de Ceni foi Roger, que permaneceu no clube de 1997 até 2005. Foi por muito tempo o suplente do camisa 01 com mais partidas disputadas e deixou o São Paulo com 49 jogos e 64 gols sofridos. A passagem de quase uma década de Roger ainda foi marcada por um ensaio nu para uma revista destinada a homossexuais.
Contemporâneo a Roger, Alencar não teve a mesma sorte do primeiro reserva e ficou marcado por atuações desastrosas pelo Tricolor. O paranaense de Londrina participou de apenas cinco partidas como arqueiro são-paulino e levou incríveis 18 gols. A pior das memórias foi uma derrota por 7 a 1 para o Vasco da Gama no Campeonato Brasileiro de 2001, em que Ceni foi expulso nos primeiros minutos de jogo. Em 2002, Alencar buscou novos ares.
Na linha de sucessores frustrados do Mito, o catarinense Flávio Kretzer foi contratado em 2004 e permaneceu no Morumbi até 2006. Ele chegou a ser testado na reta final do Brasileirão de 2005, quando o São Paulo se preparava para o Mundial de Clubes e somou quatro duelos, sete gols sofridos e dois títulos nada modestos: o da Copa Libertadores da América e o de campeão do mundo.
Bosco em treino do São Paulo em 2005 antes do Mundial de Clubes (Eduardo Viana)
Vitorioso também foi Bosco, integrante da conquista do Mundial e tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008. Ídolo de equipes nordestinas, o goleiro foi o reserva que mais inspirou confiança na torcida, principalmente quando assumiu o gol na ida de Ceni à Copa do Mundo da Alemanha. No total até 2011, foram 41 confrontos e 39 tentos sofridos, gerando média de 0,95 gol por jogo.
Duas jovens apostas receberam oportunidades raras durante as passagens de Roger e Bosco, respectivamente. O primeiro foi Mateus, revelado no próprio Tricolor, e que esteve em campo em somente um confronto (e não foi vazado) entre 2003 e 2009. Já em 2007, o São Paulo buscou Fabiano no Rio Branco-SP e viu o arqueiro impor respeito na única partida disputada: um pênalti defendido no empate em 1 a 1 com o Fluminense no Maracanã, pelo Brasileirão.
Em 2009, ano em que Ceni e Bosco sofreram com lesões, a solução foi buscar Denis na Ponte Preta. As primeiras atuações agradaram torcedores, dirigentes e a comissão técnica de Muricy Ramalho, mas a confiança foi abalada já em 2012 (em nova lesão do Mito) com falha na semifinal do Campeonato Paulista contra o Santos. Já são 88 jogos de Denis no São Paulo, sendo o último a goleada por 5 a 0 sobre o Bragantino no Paulistão deste ano.
No atual elenco, o Tricolor conta com cinco goleiros: Ceni, Denis, Renan Ribeiro, Léo e Lucas Perri, nesta ordem. Curiosamente, apenas Renan, que estreará nesta quarta-feira, e Perri, de apenas 17 anos, ainda não atuaram. Isso porque o terceiro reserva Léo, há mais de dez anos no clube, chegou a participar de um amistoso contra o Londrina em 2013.
Denis só voltará a ficar à disposição da comissão técnica em agosto (Ari Ferreira)
A brilhante carreira do Rogério está chegando ao fim, um M1TO que nunca mais teremos, que time nenhum teve. Que os próximos goleiros honrem essa camisa com tanto amor quanto ele, pelo menos.