Em 2000, Kaká sofreu uma fratura no pescoço e perdeu espaço nos juniores do São Paulo. O azar da lesão, porém, acabaria se tornando um dos motivos para a sua subida ao time profissional do Tricolor e, meses depois, o jovem craque brilharia na final do Torneio do Rio-São Paulo. Em entrevista ao “Seleção SporTV” desta quarta, o melhor jogador do mundo em 2007 (hoje no Orlando City) lembrou como chegou à equipe principal por “acaso”.
– Eu era titular dos juniores e machuquei o pescoço, tive uma fratura, em outubro. Saí do time titular e entrou o Hugo. Ele jogou a final do Paulista e a Taça São Paulo. Voltei a treinar em janeiro de 2001, ele já era titular e o Edinho manteve o time. Aí o Vadão (técnico do São Paulo, na época) liga para o Edinho e fala que precisa de jogadores para treinar com a gente e completar o plantel. Ia começar o Rio-São Paulo. Ele pediu um atacante e um meio-campo. O Edinho falou: “Meu meia é o meu capitão, o Harison, não vou mandar, vou mandar o reserva dele”. O reserva era eu – lembrou Kaká.
O meia lembrou que a primeira partida como profissional não foi boa, diante do Botafogo, no Morumbi, no dia 1º de fevereiro de 2001. E foi contra o próprio Alvinegro do Rio que Kaká brilharia pela primeira vez, ao fazer os dois gols na vitória por 2 a 1, que deu o título do torneio para o Tricolor.
– Minha estreia como profissional foi contra o Botafogo também, mas não foi a final. Foi um jogo no Morumbi, 1 a 1, um jogo horrível. Essa foi a minha estreia como profissional. Meu primeiro gol foi logo no outro fim de semana, no clássico contra o Santos, nós vencemos por 4 a 2. Depois, veio esse jogo histórico, título do Rio-São Paulo e eu fiz dois gols na final. Claro, fica muito marcado e é o mais emocionante – contou.
Embora acredite que o Brasil vá continuar a revelar craques para o futebol, Kaká acredita que o futebol brasileiro precisa dispensar atenção melhor às categorias de base que, segundo ele, merecem ser encaradas com mais profissionalismo.
– O Brasil continua formando e vai formar, por muito tempo, excelentes jogadores. O que precisa melhorar é a qualidade dos profissionais nas categorias de base. O jogador para e, por ter sido um jogador profissional, acha que vai ser um bom profissional trabalhando no futebol. Mas é muito diferente ser jogador e treinar uma pessoa. Eu paro muito para pensar em como eu treinaria um jogador. Vi uma reportagem do (Gabriel) Medina, falando “eu sei surfar, eu não sei ensinar”. Eu sei jogar, não sei ensinar. A qualidade do profissional tem que ser sempre aprimorada. Precisa ter sempre ótimos profissionais nas categorias de base, para que a formação continue muito boa e continue nas categorias de base. Se for isso que eu quiser fazer, vou atrás de cursos profissionalizantes, para eu poder ensinar – disse.
Cacá virou Kaká, depois conheceu o cone e formou a dupla Pipo-kaká